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terça-feira, 13 de julho de 2010

Amor bandido

Atiraste os livros nos chãos CDs sobre mim, jogaste o terço beatificado no vaso, as fotografias rasgaste e a tatuagem escondida perdeu sentido. Sarcasticamente riste da cara de deus e em dedo em riste quebraste a imagem de Afrodite que tiraste do lixo.Duvidaste tanto da fragilidade de quem ama e de quem diz estar apaixonado; por serem estas para ti, ondas de hipocrisia. . Não suportavas mais ligar a televisão o vídeo para assisti clipe de amor sexo e paixão avassaladora, embalava o amor debaixo da fogueira, e num último gole de tequila, com olhos luzentes atiravas o amor na parede; esperando a morte cegar. Bem próximo do: suicídio, da loucura, da neurose e de todos os abismos, estava esperando a morte chegar.E se em manhãs ou tardes vazias havia tempestade, estavas à solta, nua, pronta, inteira para o amor bandido; aquele que brinca de roleta russa com a boca e os ouvidos; Àquele, que não pede religião, cartão de crédito, carro do ano, canudo de medicina, pós graduação, título honoríficos, jantar a luz de velas ou elucubrações intempestivas tentado explicar tudo e nada; é propositivo, às vezes um tanto compulsivo; é aquele que somente cala, traga, goza e fluir e de sobra quebra tudo abre a porta e sai sem nada ter dito como se nada estivesse acontecido: sai monossilábico aos sons dos ventos.E no amanhã mais nada; tudo ao passar volta à rotina; batom aos lábios, cabelos com laquê prateados, perfume in natura, unhas bem feitas, lenços de papéis, toalhas de gelo, óculos escuros para acobertar as cicatrizes, marcas das bofetadas das noites amar-gas, algumas; estampas de jornais. No fim saber-se que o amor bandido é uma da mais fina estampa da fantasias, sabe fazer arte com a mentira e seduzir feito gentleman em tempo de glamour. Todos querem sim, usá-la um dia. Por querer quebrar os hábitos de rotina: conta telefônica, aluguel a pagar, shopping Center lotados de vaidades, propagandas e requintes, café com açúcar de mascavo servido, após a reza da manhã pela sempre serviçal “inocente” de todos os dias.
Ter um amor bandido por um dia,dá vertigem em suma é fantasia, excita , aliena,provoca choros e risos, porém, acostumar-se é fria.

Dário Azevedo

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