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sexta-feira, 30 de julho de 2010

BRASIL, DE GETÚLIO A LULA – parte IV

O inicio do processo de sindicalização deu inicio ao mais importante processo de organização popular na história brasileira, mas ao restringi-lo apenas aos setores urbanos dos trabalhadores e ao não tocar na estrutura agrária, terminou se perpetuando o poder do latifúndio – mesmo que perdendo a hegemonia para a burguesia industrial ascendente -, separando o destino dos trabalhadores do campo – a imensa maioria dos trabalhadores – dos urbanos, favorecendo a continuação da emigração do campo para as cidades.
A estratégia hegemônica da esquerda se assentava na luta contra o latifúndio e o imperialismo, buscando desbloquear o desenvolvimento econômico, ao considerar que as travas externas e rurais seriam os obstáculos centrais à modernização industrial e ao desenvolvimento econômico e social do país, assim como à afirmação da sua identidade nacional. Essa estratégia considerava que haveria uma primeira etapa de luta nacional e democrática, até que se criassem as condições para uma luta anticapitalista.
Foi um período de extraordinários avanços no desenvolvimento econômico do país, na construção do Estado nacional, na conquista de direitos sociais da população e de elaboração de uma ideologia nacionalista. Coincidiu, primeiro, com a recessão internacional e o refluxo dos investimentos estrangeiros em toda a região – o que favoreceu a estratégia de industrialização pela substituição de importações – e depois com a segunda guerra e a guerra da Coréia. Coincidiu também com o maior ciclo longo expansivo do capitalismo internacional, do qual a industrialização de países da periferia como o Brasil, a Argentina e o México fizeram parte. Assim, de 1930 a 1954 abriu-se um espaço sui generis para o desenvolvimento econômico nacional, funcional ao ciclo expansivo internacional.
O fim da guerra da Coréia representou o retorno com força dos investimentos estrangeiros, particularmente os norte-americanos, estabelecendo um final do ciclo fortemente nacionalista no Brasil e na Argentina. (Não por acaso Getúlio cai em 1954, Perón em 1955). Na metade da década de 1950 chegaram os investimentos na indústria automobilística, que trariam grandes consequências para o caráter do desenvolvimento econômico, assim como no plano das forças sociais e do próprio Estado.
Mudou o rumo do desenvolvimento econômico, que continuou a ser o objetivo central do modelo dominante, mas a entrada do capital estrangeiro deslocou para ele – em particular para a indústria automobilística – o eixo central da economia. Com JK, o desenvolvimento passou a primar sobre o seu caráter nacional, a composição da classe operária também se viu alterada, com a imigração maciça de trabalhadores nordestinos para a indústria privada – prioritariamente paulista – em detrimento da empresas estatais e do epicentro econômico e social no Rio de Janeiro.
O movimento popular, no entanto, seguiu fortalecendo-se, tanto com a extensão da sindicalização urbana, quanto com o começo da sindicalização no campo. A polarização política continuou a se dar entre os mesmos blocos, sem refletir ainda a expansão da presença do capital estrangeiro no país.
Esta se fará sentir mais fortemente conforme as articulações para o golpe militar se intensificaram. A derrota do candidato que daria continuidade ao programa getulista – o general Lott – deslocou o bloco dominante, mas a renúncia de Jânio Quadros, ao recolocar a João Goulart na presidência, retomou-a, em uma versão mais popular, por ter a Jango como cabeça de governo. O governo Jango retomou o projeto de Getúlio – teorizado por Celso Furtado em torno das “reformas de base” -, que expressou a formulação mais articulada do projeto do movimento popular naquele período. As medidas anunciadas por Jango no seu ultimo comício – no dia 13 de março na Central do Brasil, no Rio de Janeiro – iam nessa direção: inicio do processo de reforma agrária e limitações na remessa de lucros para o exterior.
O movimento popular brasileiro tinha atingido seu auge de mobilizações, pela extensão e diversidade de suas forças e manifestações. Um governo com um projeto de reformas estruturais da economia, um movimento sindical forte, estendendo-se dos centros urbanos ao campo, passando a incorporar aos funcionários públicos e a setores das FFAA, grande capacidade de mobilização e combatividade do movimento estudantil, criatividade inédita do conjunto do mundo artístico – cinema novo, bossa nova, teatro político, entre outras expressões. O golpe viria se abater sobre todas as manifestações populares e democráticas acumuladas no país de forma brutal e direta.
O golpe revelava como a grande burguesia brasileira preferia apoiar a ruptura da democracia para consolidar sua aliança com o grande capital internacional e o latifúndio, ao invés de com o movimento popular na direção de aprofundar e estender a democracia no Brasil. Abandonou sua bandeira democrática – em nome da qual pregou e apoiou a o golpe e a ditadura – e se unificou no apoio ao novo regime e às suas políticas econômicas antinacionais.
O golpe militar foi uma das maiores rupturas vividas pela história brasileira – esta de caráter claramente regressivo. O movimento popular brasileiro havia chegado a seu momento de maior força em toda a sua história até aquele momento. Pela sua força de massas, pelas direções políticas de caráter nacional que havia construído, pela sua força ideológica e pelos postos ocupados nas esferas de governo, especialmente a nível nacional.
A ditadura golpeou profundamente o campo popular em todas as suas formas de existência: dos sindicatos urbanos aos rurais, das universidades às escolas básicas, dos intelectuais aos artistas, dos jornais cotidianos às revistas, dos parlamentares progressistas aos juízes, das editoras aos teatros e aos produtores de cinema, dos militantes aos simpatizantes da esquerda. Quebrou-se o eixo do campo popular, assim como suas extensas raízes de massa, instalando-se, pela primeira vez em muitas décadas, um Estado antipopular, que golpeava a democracia e o movimento popular em todas as suas dimensões.
Colocava-se um novo desafio para as lutas populares no Brasil: como enfrentar a ditadura, como reivindicar a questão democrática, ao mesmo tempo, que a o enfrentamento da dominação externa e das oligarquias internas?
Emir Sader
publicado no site “Carta Maior”

ETERNAS HIPOCRISIAS

Em 18 de novembro de 2.006 postei no meu antigo blog hospedado na UOL o texto abaixo. 4 anos se passaram, estamos novamente em período eleitoral e resolvi republicar o ATUALISSIMO:

COISAS...ORA!
Minha querida afilhada Jade, na sabedoria dos seus 5 anos, respondia à indagação de sua mãe, sobre o que tanto ela conversava comigo, com um sintético, significativo e definitivo: - “coisas mãe; coisas... ora !”
Pois bem; neste final de ano eleitoral, após vitórias e derrotas consignadas, alguns arremedos de mudanças no cenário político e, principalmente, um mundaréu de abrobinhas e factóides assumidos como verdades supremas pela dita “grande imprensa”, resolvi também falar de coisas ... ora ! Afinal, pra que serviria um blog se não fosse pra falar de coisas ?!
Isto posto; vamos às coisas:
 Interessante o clamor nacional por “liberdade de imprensa” após alguns acidentes de percurso nas comemorações pela vitória de Lula. Seria muito bom, se isso servisse realmente para iniciarmos um profundo, sincero e estruturante debate sobre a democratização dos meios de comunicação como sustentáculo dessa liberdade de imprensa. Senão, soa falso o clamor quando se sabe que a grande mídia neste país pertence (no sentido mesmo da propriedade) a feudos familiares e que as rádios comunitárias ainda são taxadas de “clandestinas” e perseguidas com o mesmo vigor que se persegue o tráfico de drogas. Assim, fica difícil falar-se em liberdade de imprensa...
 Seria bom, também, que o MP neste Estado – tão vagaroso nos processos de denúncias de nepotismo na máquina governamental, mas tão ágil ao expulsar camelôs das ruas – perguntasse ao povão o porquê do grande sucesso de venda de CDs e DVDs “piratas”. Os batidos argumentos, baseados na lei de direitos autorais, de que “faz mal” e é crime (num país onde a impunidade já virou normal) caem no vasio por não terem a menor correspondência com a realidade do povão...
 Nesta mesma linha, o nosso auto-definido alcaide bicho-do-mato deveria também se lembrar do tempo em que mantinha sua “fundação” assistencialista (que lhe rendeu os votos que lhe levaram ao poder) e consultar o povão – principalmente da área de expansão da cidade – o porquê do sucesso do transporte alternativo. Seria bem mais produtivo, que mandar seus pitbus fantasiados de polícia baixar a porrada no trabalhadores...
 Deu no jornal: - “prefeitura vai fazer blitz para multar quem estaciona nas calçadas” . Então, ta ! só quero ver como vão ficar as calçadas do Hilton Hotel, que já se consolidaram como estacionamento privativo e a balburdia que as madames fazem nas frentes dos colégios ...
 Por fim, tão patético quanto o neto do ACM gritando por moralidade no espetáculo das CPIs foi o filho de um político local repetir a cena num show em que participava como cantor nas tais 11 janelas. Esta última ação da PF trouxe os holofotes que faltavam...
COISAS...ORA !
Um homem foi ao médico para marcar uma consulta para a sua mulher, a atendente lhe pergunta:
-De que se queixa sua esposa?
-De surdez. Não ouve nada.
-Então o senhor vai fazer o seguinte: Antes de trazê-la, fará um teste, para facilitar o diagnostico do médico. Sem que ela esteja olhando, o senhor, a uma certa distância, falará em tom normal, até que perceba a que distância ela consegue ouvi-lo. Então quando vier dirá ao médico a que distância estava quando o ouviu. Certo?
Nesse dia, à noite, quando a mulher estava preparando o jantar, o velhote decidiu fazer o teste. Mediu a distância que estava em relação à mulher. E pensou: Estou a 15 metros de distância.Vai ser agora!
-Maria...... o que temos para jantar?
Nada..... silêncio.
Aproxima-se 5 metros.
-Maria...... o que temos para jantar?
Nada......silêncio.
Fica à distância de 3 metros:
-Maria...... o que temos para jantar?
Silêncio.
Por fim, encosta-se às costas da mulher e volta a perguntar:
- Maria! O que temos para jantar?
-Frango, porra! É a quarta vez que eu respondo!

Desafios de um governo popular

A história do poder institucional no Brasil tem uma raiz colonial-republicana-neoliberal. O desenvolvimento do poder burguês imprimiu na sociedade brasileira dois conceitos chaves com seus respectivos conteúdos de classe:
1. A concepção de cidadania baseada em deveres, com direitos atrelados a eles. A premissa básica da cidadania capitalista clássica é o direito de consumir e o dever civil obrigatório de arcar com o pagamento da dívida.
2. A consolidação no imaginário coletivo brasileiro de um Estado de direito aparentemente democrático, próximo dos anseios de toda sociedade.
Com base nesta construção de cidadania e de Estado “democrático de direito”, a burguesia se perpetua no poder e nega a possibilidade de levante da outra classe. Institui diversos mecanismos de dominação, de consolidação de uma forma única de agir e pensar e cria formas reais de opressão e exploração da classe trabalhadora.
Os modelos brasileiros de escola, de saúde, de Estado de direito e de desenvolvimento são cópias originais de processos burgueses aparentemente bem sucedidos em outros territórios conhecidos como desenvolvidos.
Em pleno período eleitoral de continuidade do modo burguês de operar as regras do jogo na história brasileira, as perguntas chaves para a classe trabalhadora são:
O que é o poder popular?
O poder popular é um processo de construção social da classe para si. É a consolidação de um poder com as formas e os conteúdos da classe trabalhadora.
É o poder que além de emanar da classe, pulsa e se revigora desde seu próprio protagonismo político enquanto sujeitos ativos não mais sujeitados à lógica operante do capital.
O poder popular é o poder definido, disputado, consolidado, mantido e desenvolvido pela classe trabalhadora ao longo de seu caminhar histórico, tanto no poder institucional, quanto para além dele.
Quais são as bases que sustentam este poder?
Organização, formação e luta de classes.
Todo poder, seja ele burguês ou popular, necessita compreender tanto a estrutura de funcionamento que vigora sob as bases de dominação do inimigo, quanto a que pretende ser posta em movimento pela própria classe.
A formação é a base de consolidação de uma teoria da ação revolucionária. Base esta que coloca em movimento permanente o que se tem e o que deve ser superado para se concretizar o que se quer.
A formação evidencia que a luta e a organização devem servir de elementos constitutivos no processo de compreensão da realidade a ser transformada.
A luta de classes nos forma e nos forja a repensarmos a concepção de sujeito emanada do poder burguês.
Mas esta luta, sem o referencial de classe, sem os conteúdos chaves de explicação oriundos dos próprios sujeitos da classe, não dá o salto qualitativo necessário que é o de superar o vivido a partir de outro projeto próprio da classe.
A organização, por sua vez, requer tanto no reivindicativo, quanto no revolucionário, a disciplina e o envolvimento participativo com tarefas bem distribuídas.
Organizar as pautas reivindicativas, consolidar os projetos revolucionários, articular e dar unidade ao projeto são os elementos constitutivos da organização popular manifesta na luta de classes.
Organizar significa constituir um partido que estabeleça na estratégia e na tática, os elementos chaves da consolidação do poder popular da classe trabalhadora.
Quais os desafios do poder popular?
Primeiro: organização popular da classe frente a um mundo do trabalho fragmentado, heterogêneo e diversificado.
Organização popular em que o resgate da memória e da história das lutas dos trabalhadores seja tomado como essencial no que-fazer da classe para si.
Parte expressiva da classe trabalhadora brasileira e mundial está imersa no mundo da sobrevivência cada vez mais desumano no tempo que requer para se manter vivo, a partir de uma lógica de trabalhadores livres escravos de um trabalho mal remunerado.
Com base neste curto espaço de tempo fora do mundo do trabalho, que deverá ser compartilhado entre família, tempo livre, estudo e outros aspectos, é central no processo de reconhecimento dos sujeitos políticos, a decisão de dar prioridade à militância nas causas da classe.
Reconhecer-se como classe não é uma opção individual feita a partir da seleção de temas comuns. Reconhecer-se como classe trabalhadora é fruto de uma formação coletiva em que as lutas tornam-se comuns, ainda em meio a pautas diversas.
Segundo: compreender a atual forma-conteúdo da classe trabalhadora nos seus respectivos territórios e definir uma atuação concreta dos sujeitos a partir do cotidiano diverso da classe.
Isto requer a retomada da educação popular como elemento constitutivo dos encontros nos territórios e nos espaços de organização da classe trabalhadora.
A educação popular nos permite ressignificar os encontros na produção cotidiana de um processo a ser protagonizado pela classe com compreensão dos limites e possibilidades frutos do nosso tempo histórico.
Terceiro: consolidação de um projeto comum – que dispute as eleições, mas que vá além – nos elementos estratégicos cotidianos da classe em que estejam pautados os modelos de desenvolvimento, de educação, de agricultura, de saúde e de garantia do público, com redução gradativa ou radical dos espaços privados no que é estratégico para a classe.
Projeto em que os trabalhadores se reconheçam não somente no mundo das necessidades, mas no mundo da produção do que realmente desejam implementar, executar, avaliar, avançar.
Quarto: materialização do poder popular nos territórios, nos espaços de ocupação da classe, na produção da vida, em que a propriedade privada dos fatores e meios de produção seja substituída pela propriedade comum no desenvolvimento sustentável do humano não mercantilizado e da vida regida por ele.
Quinto: realização de outro conceito de vida, de sociedade, de relação internacional e integração centrada nas reais necessidades instituídas pelos trabalhadores do mundo, como protagonistas políticos do processo de desenvolvimento que realizam e que lhes pertence.
Estes são apenas alguns dos desafios que integram o processo de consolidação do poder popular que, além de disputar o eleitoral, criam as bases de manutenção para a execução e perpetuação de seu poder de classe.
Estes elementos integrados a outros tantos, têm que permitir que pelas veias abertas da América Latina circulem as produções provenientes de outro processo coletivo de desenvolvimento.
Processo em que o sangue e o suor da classe trabalhadora latina consolidem a construção coletiva e comum de uma riqueza cujo valor de uso se sobreponha ao valor mercantil impresso na história hegemônica de manutenção do projeto burguês no continente
Roberta Traspadini
Economista, educadora popular
integrante da Consulta Popular/ES.
Ontem à noite eu tive a certeza desse desamor,
que tentamos construir tão falsamente,
que de tão falso não restou saudades
e das lembranças só mágoas e dor.

Ontem á noite, finalmente ,pude te perceber inteira
e da percepção nasceu o ódio por ter amado.
Nada se compara ao nojo a mim reservado,
mas por meu lado só posso te dedicar compaixão.

Ontem, hoje ou a qualquer hora e dia,
siga sua trajetória vazia e procure qualquer um pra seu.
Não mais me interessa com quem você deita ou pensa,
nem muito menos a quem você ama de paixão.

Ontem, hoje ,amanhã e sempre
siga seu caminho sem olhar pra trás ; não tem passado
e no futuro , com certeza, não estarei por lá

Ontem, hoje ,amanhã e sempre
me esqueça
Teu corpo é meu desejo
Quando penso, tremo.

Tua boca é o que quero
quando sinto o gosto, desespero.

Teus olhos - eu espero
naquele momento de dizer
vc me toma de prazer...

Teu cheiro me deixa tonta
Pronta
E sabemos sempre o que fazer...

Teus toques me deixam sem saída
E pra que?

Eu só quero ficar
coladinha no teu corpo
como amazona que cavalga livre
sem parar
te fazendo gritar de paixão
te fazendo arder de tesão...

ALGUÉM EXPLICA, FREUD ?

PORQUE O ALCAIDE AUTODENOMINADO "BICHO DO MATO" SÓ PERSEGUE POBRE ?

  • CAMELÔS
  • FLANELINHAS
  • CARROCEIROS
  • MOTO TAXISTA
  • MORADOR DE BAIXADA
égua xirí tem têrmo !

BELÉM NÃO TE MERECE !

BRASIL, DE GETÚLIO A LULA – parte III

DA CLASSE CONTRA CLASSE À QUESTÃO NACIONAL
As origens do movimento popular brasileiro precedem a Revolução de 30, nas origens da industrialização. Provêm do sindicalismo anarquista, comunista e socialista, que pela primeira vez levantaram no Brasil a necessidade de uma alternativa ao sistema de poder dominante. Suas bandeiras eram diretamente classistas, foram influenciadas pela interpretação da Revolução Russa como uma revolução “operário-camponesa” e pelas lutas do movimento operário europeu. Tiveram o grande mérito de dar inicio à organização autônoma do movimento popular, centrado nos trabalhadores imigrantes, que traziam suas experiências e as doutrinas que fundaram a esquerda na Europa. Era uma esquerda urbana, sem raízes no campo, onde residia a grande maioria da população que, além disso, não chegou a elaborar estratégias específicas, assentadas na realidade brasileira. Assim, temas candentes como a da luta contra o latifúndio, contra a dominação externa, o das estratégias nacionais, não eram ainda temas centrais para a esquerda.
A crise de 1929 colocou os primeiros grandes desafios para o movimento popular brasileiro. Como reagir diante do esgotamento do modelo primário-exportador? Que estratégia nacional deveria ser elaborada para organizar as foras populares e constituir um bloco de transformação radical do país? Que posição tomar diante do nacionalismo?
Quem melhor captou a natureza da crise e as alternativas que se colocavam foi o nascente movimento nacionalista e não os partidos da esquerda – em particular o Partido Comunista, o mais importante deles. Este manteve a linha da Internacional Comunista de classe contra classe, subestimando o peso que a questão nacional passaria a ter em países como o nosso, na periferia capitalista. Enquanto que o nacionalismo soube captar o peso da identidade nacional e dos interesses nacionais no processo de industrialização que se iniciava e no marco do ressurgimento com força dos Estados nacionais no plano mundial.
A Revolução de 30 deu inicio ao que seria o movimento popular brasileiro durante as décadas seguintes. Um movimento centrado no nacionalismo como ideologia, em um bloco de forças entre o empresariado brasileiro, o movimento sindical urbano, as classes médias, comandadas pelo novo Estado brasileiro, o primeiro Estado com dimensão e ideologia nacional. Pela primeira vez o Brasil se pensava como nação e dispunha de um projeto nacional.
O modelo hegemônico introduzido pela Revolução de 1930 pode ser caracterizado como um modelo nacional-estatista, em que o impulso ao desenvolvimento se centrava fundamentalmente no Estado e na industrialização, ao mesmo tempo que a organização das classes fundamentais emergentes – empresariado nacional, classes médias e movimento sindical urbano – seria articulado pelo Estado, que incentivava a organização corporativa desses setores, mas vetava sua organização política. Esta estava dada pelo Estado e pela liderança de Getúlio em particular, que encarnavam os interesses da nação.
Essa orientação, aliada à visão classista da esquerda – em particular do Partido Comunista – implicaram num distanciamento inicial entre a esquerda partidária organizada e o movimento nacionalista. Em um segundo momento, na década seguinte, se daria a aproximação que marcou a identidade da esquerda por algumas décadas.
A postura do nacionalismo brasileiro – e latino-americano – diante do liberalismo será outro elemento essencial para definir a identidade do campo popular deste lado do Atlântico. Na Europa, o liberalismo foi a ideologia da burguesia ascendente, que lutava pela livre circulação de mercadorias, contra as travas feudais, sobretudo em relação à compra e venda livres da terra e da força de trabalho. Enquanto que o nacionalismo, numa região que não sofreu dominação externa, assumiu um caráter egoísta, chovinista, da suposta superioridade de uma nação sobre a outra – que seria profundamente explorada nas duas guerras mundiais, como expressão das contradições interimperialistas.
Já na periferia do sistema – e, em particular, na América Latina e no Brasil – o liberalismo foi a ideologia do bloco primário-exportador, cujos interesses se fundamentavam no livre comércio da exportação e da importação. Centrava-se no liberalismo econômico, que não necessariamente se casava com o liberalismo político.
Enquanto que o nacionalismo, pela dominação externa, colonial e imperialista que caracterizou nossa inserção no mercado internacional, teve um caráter de resistência nacional à exploração externa. Foi antiliberal no plano econômico, para proteger o mercado interno e fomentar a industrialização nacional. Mas foi também anti-liberal no plano político – nos casos mais conhecidos, os de Getúlio e Perón -, propondo a predominância da unidade em torno da nação e do Estado em contraposição ao sistema de partidos, que consideravam que dividiria a nação.
Essa posição do nacionalismo latino-americano fez com que se dissociassem as questões nacional e social - fortemente reivindicadas por ele – e a questão democrática que, sob forma liberal, ficou em mão da direita. O movimento popular, especificamente no caso brasileiro, assumiu a bandeira nacionalista e social, fundada numa aliança de classes entre o grande empresariado nacional, setores das classes médias e o movimento sindical urbano. A direita buscou se opor, fundada em visões democrático-liberais.
Emir Sader
publicado no site “Carta Maior”

quinta-feira, 29 de julho de 2010


O beijo é como cigarro: não sustenta, mas vicia.
eu quero é mais...

É PRECISO CORAGEM É PRECISO TER RAÇA

FORA FMI!
Quantos dos companheiros petistas ou não, algumas décadas atrás no auge dos movimentos sociais deste país, empunhou essa bandeira? Eu ainda lembro que depois daquela campanha que tentava impor o medo do novo como desestímulo a votar em Lula e no PT, havia dúvidas se o Brasil honraria os compromissos internacionais e faria o pagamento regular da famosa dívida externa – eterna como diziam alguns. Era difícil acreditar que um trabalhador, com pouca escolarização possuísse condições de montar uma equipe de governo e resolver problemas contingenciais.
Passados alguns anos, o Brasil nem parece o mesmo. Pagou a dívida externa e se converteu de devedor em credor deste mesmo FMI. Houve uma transformação do país. MILAGRE? Nada disso. Ninguém ensinou economia e seus fundamentos para a dona de casa e, no entanto, desenvolve essa atividade utilizando os recursos nas prioridades, otimizando para que não haja o desperdício e nem venha a ter a carência.
As origens de Lula e do PT sempre exigiram gastar menos e realizar mais. Investir no essencial – social – para que os que mais precisam não pereçam. A receita, todos sabemos, não era entendida como exeqüível pelas elites, que viam nisso uma ameaça aos seus investimentos e patrimônios. O curioso é que o PT não mudou o discurso, nem a sua vocação para patrocinar as causas das classes menos favorecidas, buscando a igualitarização dos direitos mas, os integrantes do governo que antecedeu ao PT e Lula, parecem que nem são os mesmos.
Algum tempo atrás as pesquisas apontavam o candidato do passado, muito a frente de Dilma. Dia após dia, as pessoas que querem a justiça social foram somando-se, multiplicando-se. As pesquisas atuais dão vantagens a Dilma Presidente, mas pesquisa não ganha eleição. Quem está ganhando são pessoas simples que jamais esqueceram o passado seu ou de seus pais e não desejam retroceder e prejudicar o direito de seus filhos.
A vitória de Dilma Presidente só depende do seu voto e da sua liderança. Há um líder em você. Irradie a mensagem a todas os seus contatos.forme, explique, tire alguns minutos de seu dia e vamos fazer valer a vontade do povo: DILMA PRESIDENTE .é sinônimo de LULA, do PT, de gente como nós. A vitória de DILMA PRESIDENTE já tem nome: VOCÊ
por Hilda Suzana Veiga Settineri

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Quero viver,
para ver: as crianças, as mudanças e a juventude rebelada. Ver o anoitecer e as madrugadas, o raiar do dia e o sol a pino. Viver para dizer ao destino que ele pode se enganar. Viver, só para abusar, dos governantes e das autoridades; daqueles que defendem a propriedade e não vacilam na hora de matar.

Quero viver
para admirar a lua. Para dizer que a luta continua mais atrativa do que no passado. Viver, para dizer aos namorados, que não há tempo a perder; viver também só por viver, para deixar pelo menos um espaço ocupado, viver só para ser questionado, é também uma maneira de viver.
Quero viver
para escrever muitas poesias, para pôr letras em belas melodias, que venham a se tornar belas canções. Viver para sentir as emoções de encontros cheios de lembranças; para fazer com outras forças alianças, ligando as velhas às novas gerações.
Quero viver
para sonhar de olhos abertos; para ver os campos encobertos de plantações floridas e bem cuidadas. Para incluir-me na classe organizada, que se levanta para marchar bem cedo. Quero viver para driblar o medo, e discursar nas praças enfeitadas.
Quero viver
para aplaudir, a quem se dedica a fazer sorrir, pessoas que buscam diversão. Viver só para dar razão, a quem ousa enfrentar os poderosos; para vaiar os discursos melosos, e elogiar quem fala com emoção.
Quero viver
para fazer loucuras, só para ver o que vem depois da conjuntura, ou do que foi dito no jornal; o que sucede o processo eleitoral, depois que os candidatos chegaram onde queriam. Viver para ver se eles fariam, a metade do que sempre prometeram; conversar com aqueles que perderam, se mesmo assim ainda continuariam.
Quero viver
para ver as mulheres liderando, altivas, compondo os comandos, com uma flor vermelha no cabelo. Ver o combate e compreendê-lo, e assinar uma carta coletiva. Viver para poder deixar mais viva, a causa da libertação; para sentir o pulsar do coração, ao abraçar a companheira combativa.
Quero viver
para ver o que tem atrás da placa. Para derrotar uma proposta fraca e chegar primeiro d’outro lado do rio. Para dançar numa noite de frio, e aproveitar cada festa junina. Quero viver para banhar-me de neblina, nas serenatas sentindo calafrios.
Quero viver
 para ver o florescer, do poder dos trabalhadores. Viver para pintar as cores do arco-íris no palácio da alvorada; pichar nos barrancos das estradas, um viva à revolução. Viver só para ver se o coração, suportará uma luta prolongada.
Quero viver
para dormir na rede, daquelas em que os ganchos nas paredes, propõem um encontro de casal. Para sonhar como um imortal, que com o tempo não tem pressa; para cumprir com esforço uma promessa, ou pagar uma aposta com prazer. Viver o anoitecer e o amanhecer, sentado numa roda de conversa.
Quero viver
para sentir saudade; para bendizer a liberdade, que de ninguém pode ser subtraída. Quero viver para fazer comida, e convidar os vizinhos e os parentes. Para beber um licor de aguardente, e adoçar o beijo para a despedida.
Quero viver
nas folhas do jasmim, no caule do jacarandá, na flor do angelim. No canto do canário que anuncia a florada, na chuva que desmancha as folhas já tombadas. Quero viver na terra fecundada, na casca das raízes profundas penetradas. Quero viver, no prazer das aves em revoada, no vinho sobre a mesa, na cama preparada.
(A. Bogo)

BRASIL, DE GETÚLIO A LULA – parte II

O Brasil começou a ter um Estado em que passaram a se reconhecer proporções crescentes de brasileiros, mediante políticas sociais, reconhecimento da sindicalização dos trabalhadores, um projeto nacional e um discurso popular, o desenvolvimento econômico como norte fundamental do país. Iniciava-se o período mais prolongado e mais profundo de expansão da economia e de extensão dos direitos sociais que o país conheceu. As oito décadas transcorridas desde então estiveram marcadas por algumas inflexões importantes, desde a que, em 1955, redefine o desenvolvimento, que deixa de ter um caráter expressamente nacional – em que as empresas estatais tinham um papel chave – para o ingresso maciço do capital estrangeiro, com a indústria automobilística passando a ser o carro-chefe do desenvolvimento industrial, chegando a responder, de forma direta ou indireta, por um quarto do PIB brasileiro.
Uma segunda inflexão se deu com o golpe militar de 1964, esta substantiva não apenas no plano econômico, mas também social, com a abertura econômica para os capitais estrangeiros e o arrocho salarial, que são o santo do “milagre econômico”, e político, com a ruptura da continuidade democrática e a passagem a uma ditadura militar. Foi imposta pela força uma ruptura com o processo gradual de democratização social, política, econômica e cultural, passando a predominar um modelo centrado na exportação e consumo de luxo, possibilitado pela feroz repressão aos sindicatos e aos movimentos populares, com a correspondente superexploração do trabalho.
A redemocratização representou uma ruptura político institucional sem, no entanto, romper com as bases econômicas e sociais do poder monopólico no Brasil. O poder dos bancos, da terra, da grande mídia privada, dos grandes monopólios nacionais e internacionais se fortaleceu, ao invés de serem objetos de democratização. A eleição do primeiro presidente civil depois da ditadura, ao não se dar pelo voto direto, mas pelo Colégio Eleitoral, facilitou uma nova conciliação das elites, fazendo com que o novo regime fosse um produto híbrido do velho e do novo. Passamos a ter uma democracia política sem alma social, sem alterar nosso recorde negativo de pais mais desigual do continente mais desigual do mundo. Isto é, uma democracia formal, nos moldes do liberalismo, assentada sobre a sociedade mais desigual do continente mais desigual do mundo.
Tanto assim que essa democracia foi funcional ao modelo neoliberal – hoje tão execrado nacional e internacionalmente, mas que com FHC ganhou total apoio das elites dominantes brasileiras -, que acentuou a desigualdade social, concentrou ainda mais o poder econômico e fragilizou a democracia reconquistada. FHC sentenciou a inflexão do seu governo: “Viraremos a página do getulismo. ” Tinha consciência ele de que sem destruir as sobrevivências do Estado nacional, regulador, indutor do desenvolvimento, distribuidor de renda, o neoliberalismo, o reino do mercado, o Estado mínimo, não conseguiriam se impor. Foi sua obra. Fracassou e abriu caminho para o governo Lula, uma era hibrida, composta por continuidades e rupturas, possível até que existisse base material para um amplo arco de alianças que vai do capital financeiro aos pobres da cidade e o campo, que a crise atual coloca em questão.
Depois de termos participado, na década passada, do extenso e radical reino do neoliberalismo neste continente, participamos dos movimentos que, na década atual, rejeitam esse modelo e buscam formas de sua superação. Pela primeira vez, desde os governos de Getúlio, forças do campo popular dirigem, já por dois mandatos consecutivos, o país.
Como isso foi possível, depois de 21 anos de ditadura militar e de mais de uma década de governos neoliberais? Qual o fio condutor que articula o movimento popular brasileiro desde suas origens contemporâneas, na Revolução de 30, passando por estas oito décadas de acontecimentos tão significativos – progressivos e regressivos – até chegar ao complexo período que vivemos?
Emir Sader
publicado no site “Carta Maior”
Há saldos nessa gente que, como já dizia o poeta na musica popular, “tem essa estranha mania de ter fé na vida”. Gente que sonha construir sonhos e faz desse sonho a sua própria vida.
Para uns tantos são loucos , que dizem sonhos como se fossem realidades , para outros, só incompreensíveis trovadores de um mundo inatingível...
Mesmo assim, há saldos nesta navegação que nem imagina o quase sempre pouco atento beneficiário dos sonhos. Saldos que, tal e qual a água-mole-em-pedra-bruta, transformam a realidade do mais comum dos mortais e perfuram pedras aparentemente intransponíveis .
E foi assim, que Zumbi deixou de ser escravo pra se tornar senhor em Palmares, que Mandela destruiu o “apartheid” na África do Sul e que nós , anônimos sonhadores dos campos e das cidades desse imenso brasilzão , ocupamos a terra que precisamos para morar, produzir alimentos e formar mais e mais sonhadores , com essa mesma estranha mania de ter fé na vida.
Há saldos nessa navegação , mesmo que as tormentas sejam mais presentes que as calmarias , pois os senhores da terra são bem mais ferozes que o mar que nos impulsiona na viagem. Há saldos que se mensura em registros históricos e, muito mais, no nosso dia-a-dia, independentemente de quereres ou reconhecimentos explícitos .
Há saldos, que nos justificam a vida e cada vez mais nos alimentam os sonhos. Se o sonho é ser feliz, o sejamos !
'Nas horas difíceis da vida você deve levantar a cabeça,
estufar o peito,
e dizer de boca cheia:
Agora fudeu...!!!'

Do Serrinha “paz e amor” para o Serra do terror

Ontem, Serra cometeu mais um arreganho terrorista. Disse que “com Dilma, as invasões do MST vão crescer”, criticou os acordos do Governo brasileiro com os países vizinhos, como a Bolívia e o Paraguai. Adotou, sem mais disfarces, a linguagem de “Rambo” da direita, como já era previsto que fizesse à medida em que sua candidatura fosse se dissolvendo.
Digo previsto porque, embora os nossos comentaristas políticos da grande imprensa não o dissessem, qualquer pessoa, mesmo com pouca experiência política como eu, tinha diante de si esta evidência. Há exatos dois meses escrevi aqui um post intitulado Acabou o “lulismo” de Serra , afirmando:
“Sei que é arriscado fazer previsões do tipo da que está aí em cima, no título, e se o caro amigo leitor me perguntar se tenho alguma informação de bastidor, sinceramente direi que não. Mas acho que está em curso uma rearrumação na campanha tucana. (…) Serra (…) vai aparecer como tem já aparecido nos últimos dias: o homem da autoridade, o repressor, o inimigo da esquerda latinoamericana, o “prendo e arrebento”.(…)
A direita vem com sua própria e feroz cara. A nós, cabe o combate em todas as frentes, preservando o presidente dos pequenos enfrentamentos. A Lula, cabe aguardar, com a lucidez e frieza de um zagaieiro, porque é sobre ele que a onça, acuada, vai saltar.
Esta campanha será um embate ideológico, por mais que os marqueteiros sonhem com uma campanha “propositiva” , montada à base de imagens bonitas e efeitos computadorizados”. A estratégia da direita será o medo abstrato. A nossa, as mudanças concretas, a realidade.
E as mudanças concretas na realidade têm um nome Dilma e um “sobrenome” de família : Lula. A cada “ameaça” que a direita serrista levantar, temos que combater com uma prova, com um argumento irrefutável: isso aconteceu com Lula ou foi o contrário? Ou que aconteceu com Lula foi uma melhoria nos conflitos, soluções negociadas e avanços - mesmo que não fossem todos os que se deseja – em matéria de justiça e paz social?
Não vamos esconder isso. Não vamos deixar que pequenos interesses eleitorais de candidatos – e eu sou um candidato, sei do que estou falando – se sobreponham aos nossos deveres para com o povo brasileiro. Domingo, na caminhada na em Copacabana – você pode ver as fotos aqui, e aderir ao Orkut do Brizolaco – , candidatos interessados em fazer “dobradinhas” me procuraram para fazer material onde Dilma aparecesse mais discretamente, para não perder votos na Zona Sul carioca, área onde Serra tem mais – e não é tanta – força eleitoral. Sem chance. Se quiserem fazer, façam sozinhos, mas não pensem que o povo é tolo e não verá que se apóiam em Dilma nos 90% da população onde Lula é forte e a escondem onde o apoio é menor.
Este tipo de político faz a velha política, porque pratica o oportunismo e treme de medo diante de qualquer pequena dificuldade local. Escrevam o que digo: vão ser tragados pelo povão, que vai com Dilma e com quem com Dilma e Lula estiver.
A tática terrorista de Serra não vai colar, como não colou o seu falso “lulismo” de meses atrás. Vou desmontar suas afirmações nos próximos posts.
Uma onda vai varrer este país. Uma onda morena, branca, mulata, negra; uma onda da cor do povo brasileiro que viu a esperança e que está se erguendo, com uma força que só o povo pode ter.
Irresistível, invencível, que vai levar de roldão os espantalhos de papel impresso com mentiras com que tentam dete-la.
Barak Obama e Gordon Brown(1º ministro da Inglaterra), estão num jantar na Casa Branca...
Um dos convidados aproxima-se deles e pergunta:
- De que é que estão conversando de forma tão animada?
- Estamos fazendo planos para a terceira Guerra Mundial, diz Obama.
- Uau!', exclama o convidado. E quais são esses planos?
- Vamos matar 14 milhões de argentinos e um dentista, responde Obama.
O convidado parece confuso e pergunta:
- Um... dentista? Porque é que vão matar um dentista?
Brown dá uma palmada nas costas de Obama e exclama:
- Não te disse?
Ninguém vai perguntar pelos argentinos!



O melhor na aprovação da união de pessoas do mesmo sexo na Argentina é que desses casamentos não nascerão mais argentinos...
Minh'alma, de sonhar-te anda perdida.

Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No mist'rioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!...

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

Minh'alma, de sonhar-te anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No mist'rioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!...

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."
Minh'alma, de sonhar-te anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No mist'rioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!...

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."
Florbela Espanca

BRASIL, DE GETÚLIO A LULA – parte I

NESTES TEMPOS DE NOVA ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASI, OUSADIA 2010 COMEÇA PUBLICAR (EM 9 PARTES) O TEXTO DO CIENTISTA POLÍTICO EMIR SADER E EXTRAÍDO DO SITE "CARTA MAIOR". PRIMEIRO TEXTO DO LIVRO "BRASIL, ENTRE O PASSADO E O FUTURO", ORGANIZADO POR EMIR SADER E POR MARCO AURÉLIO GARCIA, PUBLICADO PELAS EDITORAS BOITEMPO E PERSEU ABRAMO.

PARTE I
“O governo Lula representa uma nova expressão do campo popular, que teve nos governos de Getúlio e de Jango, seus antecedentes mais próximos. Governos de coalizão de classes, pluriclassistas, que assumem projetos de unidade e desenvolvimento nacional, com forte peso das políticas sociais. De Getúlio a Lula transcorreram décadas fundamentais, com elementos progressivos e regressivos, contraditórios, que chegam até o começo do século XXI vivendo uma circunstância nova, que pode se fechar, como um marcante parênteses ou como ponte para a ruptura definitiva do modelo herdado e a continuidade em um novo patamar da construção de um país justo, democrático, soberano.
O Brasil vive um momento diferenciado da sua história política. Uma história que completará em 2010 suas oito décadas mais importantes até aqui. Desde então, há elementos de continuidade e de ruptura, pelas imensas transformações que o Brasil viveu desde então. Oito décadas em que o país mudou sua fisionomia econômica, social, política e cultural, de forma profunda e irreversível. De país rural se tornou pais urbano, de pais agrícola, país industrializado, de um Estado restrito às elites, a um Estado nacional. De país voltado para fora, para um país voltado sobre si mesmo. De Getúlio a Lula transcorreram décadas fundamentais, com elementos progressivos e regressivos, contraditórios, que chegam até o começo do século XXI vivendo uma circunstância nova, que pode se fechar, como um marcante parênteses ou como ponte para a ruptura definitiva do modelo herdado e a continuidade em um novo patamar da construção de um país justo, democrático, soberano.
A ruptura mais importante, até aqui, da nossa história se deu em 1930. Até ali, grandes pactos de elite bloquearam a possibilidade de protagonismo do povo na história do país. A independência, ao contrário dos outros países do continente – com a exceção de Cuba e de Porto Rico -, não se deu pela expulsão dos colonizadores, mas pela primeira expressão do transformismo – no sentido que lhe deu Gramsci – na história brasileira. Ao invés de república, passamos da colônia à monarquia, fomos o país que mais tarde terminou com a escravidão, enquanto se consolidou o domínio do latifúndio no campo. Um pacto de elite que perpetuou os laços com a metrópole colonial, prolongou a escravidão e perpetuou a concentração da propriedade rural.
A crise de 1929 determinou o esgotamento do modelo econômico que tinha orientado toda nossa inserção – como país colonizado – no mercado internacional, como exportadores de matérias primas, quando as grandes potências que controlavam nosso comércio exterior se declararam em crise e reduziram drasticamente suas exportações e importações. Os efeitos foram tão graves que caíram praticamente todos os governos da America Latina – mesmo os progressistas, como o de Yrigoyen, na Argentina.
Desde a maior das rupturas – 1930 – algumas inflexões redirecionaram a história brasileira de maneira significativa, até o presente, dentre as quais a ditadura militar representou o marco divisório desde então. A Revolução de 30 introduziu o novo período, fazendo com que a presidência passasse das mãos de um mandatário – Washington Luis, o último presidente paulista antes de FHC, ambos nascidos no Rio, mas adotados pela elite paulista – que havia afirmado que “A questão social é uma questão de polícia”, para um – Getúlio – que fará com que o Estado assuma responsabilidades sobre os direitos sociais e passe a interpelar aos brasileiros, nos seus discursos, como “Trabalhadores do Brasil”. O fundamental foi a criação de um Estado nacional, sucedendo a um que era um consórcio das elites econômicas e políticas regionais. Essa foi a maior ruptura progressista, até aqui, da história brasileira.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

FESTIVAL JOÃOZINHO - o santo...

A professora pergunta para Joãozinho:
- Qual será sua profissão Joãozinho?
- Vou ser Engenheiro!
- O que o Engenheiro faz?
- Bebe cerveja, anda de moto e come a mulherada...
- Joãozinho! Vá agora mesmo para diretoria!
Depois de um bate-papo com a diretora Joãozinho vai para Casa e sua mãe pergunta:
- Porque chegou mais cedo meu filho?
- Porque eu falei que vou ser Engenheiro.. .
- O que o Engenheiro faz?
-Bebe cerveja, anda de moto e come a mulherada...
- Joãozinho! Vá para o quarto agora!
Joãozinho fica de castigo, pensa, pensa e volta para falar com a mãe:
- Mãe... então vou ser Engenheiro Júnior!
- O que o Engenheiro Júnior faz?
- Toma guaraná, anda de bicicleta, e bate punheta!
Na escola, a professora falava dos animais:

Para que serve a ovelha, Marcinha?
Para nos dar a lã, professora...
E para que serve a galinha, Marquinho?
Para nos dar os ovos...
E para que serve a vaca, Joãozinho?
Para nos passar os trabalhos de casa...
Ao entrar na sala de aula, a professora vê um pênis desenhado no quadro.
Sem perder a compostura, imediatamente ela apaga o desenho e começa a aula.
No dia seguinte, o mesmo desenho, só que ainda maior.
Ela torna a apagá-lo e não faz nenhum comentário.
No outro dia, o desenho já ocupa quase o quadro inteiro e por baixo ela lê a seguinte frase:
'Quanto mais você esfrega, mais ele cresce!'
Como trabalho de casa a professora pede para os alunos fazerem uma rima.

No dia seguinte...
Diga a sua rima Joãozinho:
Lá vem o canguru com uma flor no cu.
A professora Indignada pede para ele refazer.
No final da aula...
Diga novamente a sua rima Joãozinho.
Lá vem o canguru com uma flor na bochecha porque no cu a professora não deixa.

 


 
Apos ver aquele arremedo de time "jogando" ontem contra o time reserva do Internacional - e perdendo - só me resta dizer à empresária Patrícia Amorim - dona de lojas de material esportivo - e vereadora pelo PSDB que já está no seu terceiro mandato consecutivo (e nem é tão santa, pura e ingênua a moça...), que não basta chorar e jurar amor eterno ao clube em frente às câmeras de TV, pra se estar à altura de "comandar" as emoções da GRANDE NAÇÃO RUBRO NEGRA, principalmente nos momentos de crise.
Vossa Excelência não precisa chorar e nem fazer declarações bombásticas para comover a MAIOR TORCIDA DE FUTEBOL DO MUNDO. Precisa sim, imediatamente:

1. DE UM TÉCNICO
2. DE UM GOLEIRO
3. DE CRAQUES
4. DE UM TIME
5. DE UM (A) PRESIDENTE (A)
"Nós somos cúmplices
Nós dois somos culpados
No mesmo instante
Em que teu corpo toca o meu
Já não existe
Nem o certo, nem errado
Só o amor que por encanto
Aconteceu..."

rute
O padre (muito cavalheiro) ofereceu a freira uma carona até o convento,já que estava tarde e a chuva não demoraria a chegar....
No caminho o carro quebrou. Depois de caminharem uma hora embaixo de chuva, avistaram um motel, e o padre sugeriu.
- Irmã, creio que será melhor dormimos aqui neste motel, e amanhã chamaremos o carro do convento para buscarmos.
A irmã toda molhada e cansada concordou feliz da vida!!!!
Na recepção, foram informados que tinham somente um quarto com uma cama de casal disponível.
O padre olhou para a freira e disse: - Sem problemas, a Irmã pode dormir na cama, que eu durmo no chão.
E assim fizeram.
No entanto, no meio da madrugada, a irmã acordou o padre dizendo:
- Padre! O senhor esta acordado?
- (O padre bebado de sono) Hein?! Ah, irmã, o que foi?
- Ah... é que eu estou com frio. O senhor pode pegar o cobertor para mim?
- Sim, irmã, pois não!
O padre então se levantou, pegou o cobertor no armário e cobriu a irmã com muita ternura.
Uma hora depois a irmã acorda o padre de novo dizendo:
- Padre! O senhor ainda está acordado?
- ( O padre babando na gola) Ah? Ah,irmã, o que foi agora?
- É que eu ainda estou com frio. O senhor pode pegar outro cobertor
para mim?
- Claro irmã pois não !
Mais uma vez o padre se levantou cheio de amor e boa vontade para
atender o pedido da irmã.
Outra hora se passou e mais uma vez a irmã chamou pelo padre.
- Padre. O senhor ainda esta acordado?
- (O padre engasgando com o próprio ronco) Ah? Sim irmã, o que foi agora?
- É que eu não estou conseguindo dormir. Ainda estou com muito frio.
Finalmente, entendendo as intenções da irmã, o padre então falou:
- Irmã, só nós dois estamos aqui, certo?
- Certo!
- O que acontecer, ou deixar de acontecer aqui, só nós saberemos e mais ninguém, certo?
- Certo!
- Então tenho uma sugestão: Que tal se a gente fizer que nem marido e mulher?
A freira então pula de alegria na cama e diz:
- Sim! Sim! Vamos fazer que nem marido e mulher!
Daí o padre muda o tom de voz e grita:

- ENTÃO, PORRA! LEVANTA VOCÊ E PEGA A MERDA DO COBERTOR, CARALHO!

Pensou que iria ter um final erótico né?????,

Reze 10 ave-marias e 20 pai-nossos pelos maus pensamentos....

AMAZÔNIA - a outra face de DEUS

Não sei realmente por que, mas naquele dia, caminhando por aquele bosque que mais parecia uma floresta de pínus, fixei os olhos nos meus pés. A terra um pouco umedecida e o ar frio que soprava não me intimidavam, ainda que o sono quisesse me levar de volta à minha casa.
Sempre gostei das florestas, das matas, dos bichos que vivem daquilo, e todas as vezes que estou envolto às árvores, mantendo meu ritmo de caminhada, onde ouço apenas meus passos e os pássaros, penso em Baruch Spinoza (1632-1677), um filósofo do século XVII. Nascido em uma família judaico-portuguesa, seus familiares vinham, havia algum tempo, fugindo da Inquisição. Filho de um rico comerciante, viria a se tornar, posteriormente, um dos maiores pensadores racionalistas dentro da chamada filosofia moderna. Spinoza acreditava que Deus era a engrenagem que movia o Universo, e que os textos bíblicos nada mais eram que símbolos que dispensam qualquer abordagem racional.
Contudo, o mais interessante em Spinoza era sua visão una de natureza e Deus – a natureza como um reflexo da expressão divina. Por certo, com base nesse ponto de vista, podemos, sim, nos conectar com Deus quando estamos em sintonia com a natureza. Não há por que negar que não existem diversas maneiras de orar; pensar nas questões ambientais, na luta pela sua preservação também é uma forma de oração. Caminhar pela manhã sentindo o orvalho no rosto e o cheiro das folhas de eucalipto é mais do que exercitar os passos firmes em direção ao alto da montanha – é reaver o conceito panteísta de que Deus é naturante e a natureza, naturata (gerada).
Ainda me lembro de quando sobrevoava a Amazônia vindo de um Congresso de empresários na Venezuela dois anos atrás. A imensidão do verde me fez pensar em todas as formas de vida que ali habitavam; era como se eu avistasse de cima a expressão divina da criação. A preocupação com a preservação da Amazônia é uma constante em todos nós, e tudo o que lá habita pertence a nós brasileiros. Por consequência, deve existir um nexo causal, de cunho filosófico-espiritual, entre Deus e a obrigação cívica do nosso povo em tutelar aquela área.
Por isso o governo deve encaminhar ao Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para deixar claro que os investidores podem investir em qualquer campo, mas não em terras. Segundo estatísticas do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), estima-se que a área total do território brasileiro sob propriedade estrangeira chegue a 4,037 milhões de hectares e cresce cotidianamente; além disso, é relevante notar que o levantamento do Instituto não inclui propriedades de empresas supostamente nacionais que, na verdade, são controladas de modo direto ou indireto por capitalistas de outros países.
Sempre que caminho nas minhas manhãs penso na grandiosidade divina e em nossa responsabilidade ambiental como brasileiros. Imagino a expressão de gratidão daqueles seres da floresta, à imagem divina, que nada possuem em sua defesa a não ser enxergarmos a natureza como a via Spinoza. Caminhar pelos campos verdes, na luta contra a destruição das florestas, é sair em defesa contra as serras afiadas do lucro que rasgam a face verde de Deus e lutar contra os que jamais caminharam na mata sentindo o orvalho no rosto ou souberam que natureza e Deus nada mais são que uma mesma oração.
Fermando Rizzolo
 Advogado e editor do Blog do Rizzolo
siga o Rizzolo Twitter http://twitter.com/Fernandorizzolo  

QUANDO A LAGARTA PENSOU QUE O MUNDO HAVIA ACABADO, ELA VIROU BORBOLETA!

Do casulo ao bater das asas...sempre em mutação mas guardando a essência... "É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer por que no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo."
Clarice Lispector.

sábado, 24 de julho de 2010

ROMA (AFP) - Um artigo sobre a vida sexual de padres homossexuais em Roma recebeu uma resposta rápida da diocese local, que se comprometeu nesta sexta-feira a perseguir "todo comportamento indigno da vida sacerdotal", ao mesmo tempo em que as associações homossexuais denunciavam a "hipocrisia".
"Quem conhece a Igreja de Roma nada conhece do comportamento daqueles que têm uma 'vida dupla', que não entendem o que é o "sacerdócio católico" e não deveriam tornar-se padres", afirmou a diocese de Roma em um comunicado.
"Ninguém os obriga a continuar sendo padres e a aproveitar apenas as vantagens de sê-lo. Em nome da coerência, deveriam confessar o que fazem. Não queremos causar danos a eles, mas não podemos permitir que sua conduta desonre todos os demais", acrescentou.
O artigo da Panorama, publicado nesta sexta-feira e intitulado de "As loucas noites de padres gays", propõe "uma viagem (com a ajuda de uma câmera escondida) na vida dos sacerdotes homossexuais que têm relações sexuais com outros homens em bares de Roma, no bairro gay ou em suas próprias casas".
A revista semanal, propriedade do grupo Mondadori controlado pelo chefe do governo Silvio Berlusconi, publicou a foto das mãos cruzadas de um padre, com um rosário, e as unhas pintadas de rosa, acompanhada da chamada sensacionalista: "Um jornalista da Panorama viveu em meio aos homossexuais de Roma e, durante quase um mês, presenciou os vícios e perversões de padres, que não levantavam suspeitas, vivendo uma vida dupla".
Ante tais revelações, a diocese de Roma disse estar "decidida a punir com rigor qualquer conduta indigna da vida sacerdotal".
Ele ainda citou o Papa Bento XVI, que pede a todos para "não corromper a fé e a vida cristãs, atingindo assim a integridade da Igreja, enfraquecendo a sua capacidade de profetizar e de testemunho, e alterando a beleza de sua face".
Questionado pela AFP, o Vaticano contentou-se em reenviar o comunicado da diocese de Roma.
Por sua vez, Aurelio Mancuso, o ex-presidente de Arcigay, principal associação italiana de defesa aos direitos homossexuais, julgou "ridícula" a reação da diocese.
"Se os padres homossexuais devem (...) deixar o sacerdócio, uma grande parte da administração da diocese de Roma e das paróquias vai sofrer um golpe repentino e paralisar", ironizou.
Já o dirigente da associação Certi Diritti, Sergio Ravasio, considerou que "é inaceitável que padres, que durante o dia são contra os gays, se entreguem à noite a práticas totalmente contrárias" às suas declarações. Ele também afirmou que existia uma "zona homossexual" dentro do Vaticano.
Essa polêmica ocorre em um momento onde a homossexualidade é tratada dentro da Igreja Católica: o casamento homossexual agora é permitido na Argentina e em Portugal, apesar de sua oposição fervorosa.
Além disso, a relação estabelecida pelo número dois do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone, entre homossexualidade e pedofilia, em abril, provocou mais uma controvérsia.

FENIX

Gotas de humanidades colhidas em conta-gotas de fé são, em certos momentos da vida, verdadeiros bálsamos que impulsionam a gente a prosseguir a trajetória. Nesta navegação por mares tão diversos já convivi com encruzilhadas, paralelas e becos (aparentemente sem saídas) , onde só mesmo essa bagagem de perseverante crença no ser humano me deu sustentação pra achar as saídas e recompor rumos.
Só mesmo o acreditar que atrás da rudimentar capa de egoísmo, vaidade, mesquinharia e avareza, que normalmente veste a maioria da raça , ainda é possível garimpar sentimentos que levam a desprendimentos materiais e que fazem do repartir o pão dos católicos alguma coisa bem mais produtiva que o simples ato da doação como pré-requisito do tal paraíso. Só mesmo isso , tem me impulsionado a sempre e cada vez mais retomar caminhos, contornar atalhos e prosseguir nesta busca . E , o que mais reconforta, nunca sozinho.

Eu
prisioneiro meu
descobri no breu
uma constelação.

Céus
conhecí os céus
pelos olhos seus
véu de contemplação.

Deus
condenado eu fui
a forjar o amor
noaço do rancor
e atranspor as leis
mesquinhas dos mortais.

Vou
entre a redenção
e o esplendor
de por você viver.

Sim,
quiz sair de mim
esquecer quem sou
e resperirar por ti
e assim transpor as leis
mesquinhas dos mortais.

Agoniza virgem Fênix
(O amor)
entre cinzas, arco-íris e esplendor
por viver às juras de satisfazer
o ego mortal

Coisa pequenina,
centelha divina,
renasceu das cinzas
Onde foi ruína
pássaro ferido
hoje é paraíso

Luz da minha vida,
pedra de alquimia
Tudo o que eu queria
Renascer das cinzas

Quando o frio vem
nos aquecer o coração
Quando a noite faz nascer
a luz da escuridão
e a dor revela a mais
esplêndida emoção
O amor
(Flávio Venturini e Jorge Vercilo)
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Coisa pequenina,

centelha divina,
renasceu das cinzas
Onde foi ruína
pássaro ferido
hoje é paraíso