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domingo, 11 de julho de 2010

acalma a chama crepitante seio.

no ventre, brota um ser indefinido
um ser gigante, asfixiante e possessivo,
contudo, aprisionado ser pré-concebido.

da chama nasce uma paz assustadora.
o ser mutante transforma-se em poesia.
a mutação mutila e completa o poeta,
em imperceptíveis espasmos de agonia

a musa ousa libertar-se e, tão-somente,
se faz palavras de seu corpo de mulher.
o embrião foge à forma uterina
escravizando a fêmea com furor total

cria o amor, quando necessário,
e se necessário for, também, é morrer.
pobre e infeliz o poeta, em suas tramas,
faz dessa chama sua fonte de viver.

vive o poeta, assim aprisionado,
nas catacumbas da mente possuída.
admirável posse do ser assexuado,
que de musa transmutou-se em poesia

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