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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Movimento Negro – RJ – em tempos de revitalização (condensado)

Estimada/o,
Em que pese algumas críticas nossas à parte do projeto de revitalização da área do Porto do Rio de Janeiro, especificamente com referência à derrubada do elevado da Avenida Perimetral (Elevado Juscelino Kubitschek), o fato é que a cidade do Rio de Janeiro necessita de revisão e reparos permanentes; e, neste momento, urgentes!
Mormente a área do Porto do Rio de Janeiro que é lugar principal da entrada de escravizados para todo o País: homens, mulheres, crianças e idosos “desfamiliados”, “despatriados”, deportados de suas terras de origem; abduzidos!
E mais especialmente ainda se observamos que aquela área não tem qualquer referência “ocidental” do povo ancestral: estátua, monumento; edificação.
Por já terem constatando isso há muito tempo e buscando a oportunidade do momento, foi que Pai Renato d´Obaluaiê, representando um movimento que circulou para abaixo-assinado em concreto e de modo virtual, entregou, no primeiro dia do mês de agosto, o documento que requer a construção de um “Monumento à Ancestralidade Negra” e do “Memorial dos Saberes Milenares da Diáspora Africana”, ao Governador Sérgio Cabral e ao Presidente da ALERJ, Deputado Jorge Piciane. Na ocasião, entregou, igualmente, a Carta do Rio de Janeiro 2010 de “Ações Afirmativas para a População Negra, emanadas das Casas de Axé”.
Quando tratamos de revitalização, logo lembramos do recente incêndio que afetou a Casa Brasil Nigéria / Instituto Palmares de Direitos Humanos – IPDH e que provocou a destruição da memória material do IPDH e também a memória-museu-história-projeto da Cia Rubens Barbot Teatro de Dança.
E ainda, tratando de revitalização, lembramos-vivemos que desde o início de 2007 foi iniciado um movimento, no Rio de Janeiro, com repercussão no Brasil e em alguns pontos do exterior, na direção de recuperar o espaço e a memória de um ícone fundamental do Movimento Negro no Rio de Janeiro e no País, um ícone onde conviveram as lideranças fundamento do MN, onde se iniciaram as lideranças-continuação que estão ainda hoje na reflexão, na discussão e na lida anti-racista
Axé!
Ana Maria Felippe
Coordenadora de Memorial Lélia Gonzalez

Um comentário:

  1. Dando continuidade ao texto de Ana Maria Felippe:
    ... Pessoas de hoje, que muito respeitamos, como Wilson Prudente, é raiz do IPCN;
    Pessoas de ainda hoje, como Abdias Nascimento deixou muito ensinamento que reflete em nossas mentes e corações até hoje.

    E são tantos e tantas e tantos e tantas e tantos e tantas...
    ...gente do Rio, de São Paulo, da Bahia, de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul, do Maranhão, do Pará, de Alagoas, de... de..., de...

    E alguns desses tantos e tantas, no Rio de Janeiro, iniciaram, agora, em 2010, um movimento para, num primeiro momento, restabelecer o prédio da Rua Mem de Sá, nº 208.

    Num 2º momento... há muito a fazer...

    O que tinha no prédio? Onde a antiga biblioteca de filosofia e sociologia de Lélia Gonzalez? Onde a documentação e a história do MN que estava nos arquivos? Onde a parceria do IPCN com Olodum, de modo que filiado de um era automaticamente filiado de outro?

    Num 2º momento... há muito a fazer, inclusive ter o privilégio de um espaço no centro da cidade!

    Este mesmo centro da cidade que passa por uma revitalização!
    Qual a distância entre o Porto e a Lapa?

    Tratamos aqui da revitalização de “coisas” nossas! E por que “coisas” nossas são esquecidas?

    Você está convidado a participar, no próximo domingo, dia 26 de setembro, a partir das 14 horas, de uma Feijoada que tem a intenção que agregar para este Movimento Negro de Revitalização da História de um marco que constitui uma parte crucial da Memória da Luta Negra no Rio de Janeiro e no País.
    ...
    ____________________________
    Agagoberto Arruda

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