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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Guarde este nome: Gaby Amarantos. A cantora ficou mundialmente conhecida como "Beyoncé do Pará" - sim, já foi citada pela imprensa internacional - depois de cantar o sucesso "Tô solteira", uma versão da música "Single Ladies", escrita pelo grupo conterrâneo Os Brothers. Mais que uma variante brasileira da musa americana, a paraense é sucesso no Norte do Brasil, inventou o ritmo chamado "tecnomelody" e, agora, veio para o Sudeste gravar o primeiro CD solo com produtores reconhecidos.
Em visita aos escritórios do Yahoo!, em São Paulo, Gaby Amarantos, que sonhava ser freira, revela histórias inusitadas sobre seus 15 anos de carreira, conta onde consegue o figurino tão extravagante e como emagreceu 30 quilos.
A cantora não se importa com o apelido "Beyoncé do Pará". Na verdade, fica até lisonjeada, afinal, a americana é uma "diva". Mas a paraense esclarece que nunca quis ser como a colega de profissão e tem muito mais para mostrar do que uma versão brasileira. O apelido surgiu durante uma apresentação no festival Rec-Beat, em Recife (PE), no Carnaval deste ano.
"O público do festival era de cerca de sete mil pessoas por dia. Achei que nem mil iriam ver meu show, mas foram 30 mil", conta Gaby. A paraense usava um maiô preto. Após cantar o hit, a multidão entoou "diva, diva". E, assim, a comparação se fez. "Fui até parar no Domingão do Faustão por causa disso", lembra Gaby.
Expulsa de igreja
Aliás, Gaby sabe aproveitar as oportunidades. Ou melhor, valer-se de situações que poderiam deixar qualquer um deprimido para crescer - profissionalmente e espiritualmente, como diz. Gaby, 31 anos, cresceu no humilde bairro Jurunas, em Belém, Pará. Desde pequena, frequentava a Igreja católica acompanhada pela mãe. Até que resolveu cantar nas missas, mas sonhava mesmo ser freira. Foi fazer um teste vocacional. "Voto de pobreza para mim não era problema, só que não poder usar salto alto e maquiagem nunca! Por isso, desisti de ser freira e resolvi ajudar o próximo de outra maneira", afirmou a cantora.
Aos 16 anos, foi proibida de cantar na mesma igreja - que frequenta até hoje, sem rancores. Estava animando muito as missas, e o padre não gostava nada disso. "Depois da 'demissão', saí de lá para afogar as mágoas em um sorvete em um bar. No local, um conhecido da igreja estava tocando violão e me chamou para cantar MPB naquele momento. Um monte de gente parou para aplaudir", diverte-se Gaby. Assim, surgiu o convite para ambos continuarem a parceria - a moça ganhou cachê no mesmo dia - e nunca mais parou.
Em 2002, montou a banda Tecno Show. O grupo tocava, entre outros, o "tecnobrega" - um ritmo paraense acelerado. Mas decidiu elaborar músicas mais "compassadas", criando o intitulado "tecnomelody", que também mistura batida eletrônica com música regional. Para divulgar o trabalho, os músicos - como de praxe no Pará - deixavam CDs com suas canções em camelôs e também disponíveis na internet. Os próprios camelôs fazem coletânias e vendem para o público em geral. Quem ouve o CD e se interessa vai até o show da banda conferir pessoalmente. E, assim, a Tecno Show se sustenta. "Além disso, fui uma das primeiras artistas paraenses a usar o Twitter e o Facebook", lembra Gaby.
"Diva gay" e "Xuxa do Jurunas"
As histórias de Gaby Amarantos não param por aí, gerando mais apelidos. Ela possui um público eclético, que vai de fã clube gay a crianças. "Às vezes, faço duas apresentações, uma mais cedo para as crianças", conta. "Também, adoro o carinho do público GLS", diz a cantora. Ela acredita que seu figurino extravagante - composto por brincos e sapatos de 20 cm com leds, roupas coloridas, cílios postiços, apliques no cabelo e acessórios como um cinto de castidade - pode ter alguma relação pela admiração GLS
Desde o começo, a própria Gaby desenha e já chegou a confeccionar suas roupas. "Antes, não tinha, mas queria fazer um show com uma bota. Eu mesma comprei papel camurça e fiz uma para mim", lembra. A paraense também sempre gostou de cabelo comprido. "Já fiz rabo de cavalo usando cabelo de bonecas", diverte-se.
O sucesso do figurino é tamanho que Gaby que pretende comercializar, por enquanto, acessórios pelo próprio site. Se der certo, pode expandir as peças. Se ela tem receio de ser criticada pelo visual que cria? "Esse é o segredo, não tenho medo de errar", conta Gaby.
Aliás, essa autoestima da cantora foi fundamental para ela perder 30 quilos duas vezes - antes e depois da gravidez; Gaby tem um filho de um ano e meio. O segredo para emagrecer foi consultar uma nutricionista e seguir o regime à risca. "Sou muito disciplinada, quando me proponho, faço direito", conta Gaby. "Antes, já cheguei a comer 13 ovos em um café da manhã", revela.
CD solo
"Não acredito que há preconceito por ser do Pará. Lá é um celeiro de músicos e artistas de diversas áreas. Acontece que a distância física, mesmo, dificulta nossa oportunidade para mostrar o que produzimos", afirma a cantora. Atualmente, Gaby está gravando seu primeiro disco solo. Os produtores são Carlos Eduardo Miranda, jurado do programa "Qual É o Seu Talento?" (SBT); Kassin, produtor de Los Hermanos, e, Berna Ceppas, da Orquestra Imperial. "Não vou gravar apenas tecnobrega e tecnomelody. O disco terá 40% do trabalho que já faço e o demais novidades como ragga e reggaeton", explicou Gaby.
Apesar de ainda pouco conhecida no Sul e Sudeste do país, Gaby diz ser paciente. "Confio muito em Deus", afirma. Sim, apesar das roupas transparentes e sensuais que veste nos shows, a cantora tem fé. "Mantenho o pensamento positivo sempre, acredito em mim mesma e quero um espaço. Não preciso ser a número um", finaliza. O Pará de Gaby Amarantos parece ser o estado brasileiro que hoje apresenta mais novidades musicais, muito além de Calipso.
da Redação Yahoo! Brasil
Por Isis Nóbile Diniz,

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