Fez-se a luz, a chama, a vida. E nessa luz, a poesia, em sua trajetória cíclica, traçando vida e morte em espirais definidas. Um homem surge e desfaz-se em palavras, na eterna busca do ser. O ser patético e perfectível de um deus moldado e materializado homem. Um negro ser poeta surgido da luz.
Fez-se a poesia e o poeta numa relação suicida. Ser poeta é parir uma poesia, chocá-la em incubadeiras de inspirações. Senti-la nascer dilacerando os tecidos da mente, rasgando o peito num grito solto de liberdade. Chocar, gerar, parir e vê-la, por fim, estuprada pelo intelecto alheio. Mater-libertação de um cordão umbilical indestrutível.
Fez-se a posse sem limites definidos. Pasto de dor e de emoções indescritíveis, a solidão é o ninho desse desamor. São momentos que valem todo o existir do criador e da criatura, nesta mais-que-imperfeita integração da mente. São instantes que valem mais que toda a posterior absorção alheia. São muralhas rompidas na solidão ...
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