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domingo, 4 de abril de 2010

a um velho poeta

Caminhas pelos campos de Castela e quase não o vês. Um intricado versículo de João é teu cuidado e mal percebes a luz amarela do por do sol. A vaga luz delira e nos confis do Leste se dilata essa lua de escárnio e de escarlata que talvez seja o espelho da Ira. O olhar elevas e a contemplas. Uma memória de algo que foi teu começa e se dissipa. A pálida cabeça curvas e segues caminhando triste, sem recordar o verso que escreveste: seu epitáfio a sangrenta lua Jorge Luis Borges

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