No dia 17 de abril, se completam onze anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido ao sul do Pará, e que ganhou repercussão internacional e marcou a história do país. Na chacina,19 trabalhadores rurais, ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foram assassinados. Sob ordens do então governador do estado, Almir Gabriel (PSDB), 155 policiais das cidades de Parauapebas, e Marabá, comandados pelo Major José Maria Pereira e pelo Coronel Collares Pantoja, cercaram as famílias sem-terra que manifestavam na rodovia PA-150. Entre os 144 incriminados, os dois comandantes foram condenados, mas conseguem recorrer à condenação em liberdade. Ambos os processos estão paralisados nos tribunais superiores. Segundo Marco Aurélio Nascimento, promotor público do caso, os recursos levam à impunidade. “A gente lamenta esta mentalidade dos juristas brasileiros, grande parte dos juristas, que acha que a pessoa deve recorre eternamente e nunca ir para a cadeia. Quando em outros países isso não acontece, é só no Brasil, infelizmente. A mentalidade destes juristas é que as pessoas têm este direito de recorrer, a chamada presunção de inocência, mas traduzindo o que é? Impunidade total, absoluta”.Em 2002, por meio de um decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso, o dia 17 de abril se tornou o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Ao lado do Massacre do Carandiru (1992) e da Chacina da Candelária (1993), o Massacre de eldorado dos Carajás é considerado como uma das ações policiais mais brutais da história recente do Brasil.
De São Paulo, da Radioagência NP, Nina Fideles
http://www.radioagencianp.com.br
abril.2007
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