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sexta-feira, 14 de maio de 2010

Te ver

Te ver e não te querer É improvável, é impossível Te ter e ter que esquecer É insuportável é dor incrível É como mergulhar num rio e não se molhar É como não morrer de frio no gelo polar É Ter o estômago vazio e não almoçar É ver o céu se abrir no estio e não se animar Te ver e não te querer É improvável, é impossível Te ter e ter que esquecer É insuportável é dor incrível É como esperar o prato e não salivar Sentir apertar o sapato e não descalçar É ver alguém feliz de fato sem alguém pra amar É como procurar no mato estrelas do mar Te ver e não te querer É improvável, é impossível Te ter e ter que esquecer É insuportável é dor incrível É como não sentir calor em Cuiabá Ou como no arpoador não ver o mar É como não morrer de raiva com a política Ignorar que a tarde vai vadia e mítica É como ver televisão e não dormir Ver um bichano pelo chão e não sorrir É como não provar o néctar de um lindo amor Depois que o coração detecta a mais fina flor Te ver e não te querer É improvável, é impossível Te ter e ter que esquecer É insuportável é dor incrível
(Lelo Zaneti, Samuel Rosa e Chico Amaral)

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