(Charles Chaplin)
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
(Carlos Drummond de Andrade)
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril”
(Dorian Gray)
No meio de uma viagem, a aeromoça pergunta a um passageiro da 1ª classe:
O senhor aceita um docinho?
Muito obrigado, eu sou diabético.
Que tal um suco de laranja?
Não, laranja tem açúcar e eu sou diabético.
Depois de ter oferecido tudo e ele nada aceitar, ela avacalha:
E o que o senhor acha de uma pinga?
Ele, sacando que ela estava curtindo com sua cara, respondeu: "Não, pinga vem da cana, cana tem açúcar e eu sou diabético."
Sendo assim, de que forma eu poderia atendê-lo para o senhor sair satisfeito de nosso vôo?
Ele se ergue e fala no ouvido dela: Eu quero seu rabo.
Ela, com a maior cara de espanto, responde:
"Mas o senhor é um velho muito atrevido, safado, vou contar ao comandante e ele tomará uma atitude!"
Ela foi na cabine de comando e reclamou: Comandante, aquele senhor da poltrona 2 disse que queria meu rabo! E eu fui gentil com ele, ofereci-lhe tudo que havia para comer. E agora, o que faremos com aquele filho da puta?
Bom, eu sugiro que você volte lá e dê seu rabo, afinal ele é o presidente desta companhia, é genioso e nosso emprego está nas suas mãos, ou, melhor dizendo, no seu rabo.
E tanto o comandante como o co-piloto gritaram: "Confiamos em você!"
Ela voltou cabisbaixa e disse para o velho:
Senhor, vamos lá pro fundo do avião que eu lhe darei o que me pediu.
E ele respondeu-lhe:
Agora eu não quero mais.
Como? Eu faço questão de dar...
Agora é tarde. Você fez cú doce e eu sou diabético.
Foi sábado, 15 de maio, em São Paulo, o lançamento do livro “Moedas para o Barqueiro”, da Editora Andross, onde o paraense Ney Cohen - da Confraria d'A Cova dos Poetas teve o conto "O convite" selecionado para fazer parte dessa coletânea de contos fantásticos, que têm a morte como personagem central.
Um dia, a rosa encontrou a couve-flor e disse:
- Que petulância te chamarem de flor! Veja sua pele: é áspera e rude, enquanto a minha é lisa e sedosa. Veja seu cheiro: é desagradável e repulsivo, enquanto o meu perfume é sensual e envolvente... Veja seu corpo: é grosseiro e feio, enquanto o meu é delicado e elegante. Eu, sim, sou uma flor!
E a couve-flor respondeu:
- HELLOOOOOU, QUERIDAAAA!! ACORDAAAAAAA!!!
De quê adianta ser tão linda, se ninguém te come???Dããã!!!!
AUTO-ESTIMA É TUDO!
UMA GRANDE LIÇÃO
No episódio envolvendo os jogadores do Santos numa visita ao Lar Espírita Mensageiros da Luz, que cuida de crianças com paralisia cerebral para entregar ovos de Páscoa, uma parte dos atletas, entre eles, Robinho, Neymar, Ganso e Fabio Costa, se recusou a entrar na entidade e preferiu ficar dentro do ônibus do clube, sob a alegação que são evangélicos e não sabiam que se tratava de uma casa espírita.
Os meninos da Vila pisaram na bola.
Mas prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles.
*O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros*.
Por isso cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica a superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião.
A *religião* está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé. A *espiritualidade* está fundamentada nos conteúdos universais de todas e cada uma das tradições de fé.
Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno, ou se Deus é a favor ou contra à prática do homossexualismo, ou mesmo se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, *você está discutindo religião*.
Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião.
Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, *você está discutindo religião*.
O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância. A religião coloca de um lado os adoradores de Allá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai.
E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixam de existir enquanto outros e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.
Mas quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas.
E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz. Os valores espirituais agregam pessoas, aproxima os diferentes, faz com que os discordantes no mundo das crenças se deem as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião.
Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina - ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e miséria de uma paralisia cerebral.
Ed. René Kivitz, cristão, *pastor evangélico.*
sábado, 15 de maio de 2010
Não quero alguém que morra de amor por mim...
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.
Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...
Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...
E que esse momento será inesquecível...
Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.
Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...
E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.
Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...
Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...
E não brinque com ele.
E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.
Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe... Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos,
talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.
Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...
Que a esperança nunca me pareça um "não" que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como "sim".
Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ela é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros...
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim...e que valeu a pena!!!
Dois brancos e um negro estão num andaime, lavando os vidros de um grande edifício.
De repente, o negão dá um gemido, vira-se pro branco ao lado e lhe diz:
- Ai, ai, ai, preciso cagar, vou cagar aqui mesmo!
- Você tá louco! Vai sujar todo o mundo lá embaixo! - fala o branco.
- Mas eu não tô agüentando mais, cara! Não vai dar tempo de descer!!!
- Então, bata na janela e peça pra senhora deixar você usar o banheiro! - aconselha o branco.
É o que ele faz. Assim que a velha permite a sua entrada pela janela, ele voa para o banheiro.
Está lá o negão, tranqüilo, jogando aquele barro, quando ouve uma gritaria danada. Quando sai, vê que o andaime tinha quebrado e os dois brancos tinham se espatifado no chão.
No dia seguinte, no velório, estão lá os amigos, as viúvas inconsoláveis o negão acompanhado da esposa, quando chega o dono da empresa onde os rapazes trabalhavam e imediatamente todos fazem silêncio.
O empresário começa o seu discurso, dirigindo-se às viúvas:
- Sei que foi uma perda irreparável, mas posso, pelo menos, tentar aliviar tamanho sofrimento. Como sei que as senhoras pagam aluguel, darei uma casa pra cada uma. Também sei que as senhoras dependem de ônibus.. por isso, darei um carro pra cada uma. Quanto aos estudos de seus filhos, não se preocupem mais, pois tudo será por conta da empresa até que terminem a Faculdade. Para finalizar, as senhoras receberão todos os meses mil reais, para as comprinhas da cesta básica.
A mulher do negão, já meio arroxeada, não se contendo mais, fala no ouvido do marido:
- E o bonitão cagando, né?
Se um dia lhe der uma louca vontade de chorar Chama-me. Não lhe prometo fazer sorrir, Mas posso chorar com você... Se um dia resolver fugir; Não se esqueça de me chamar. Não lhe prometo pedir pra ficar, Mas posso fugir com você. Se um dia lhe der uma louca vontade De não falar com ninguém Chama-me assim mesmo Prometo ficar bem quietinho Mas... Se um dia você me chamar e eu não for Vem correndo ao meu encontro... Talvez eu esteja precisando de você...
(rute)
TE FODE AÍ...
Pesquisa do instituto Vox Populi, divulgada neste sábado (15) no Jornal da Band, mostra a pré-candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, com 38% das intenções de voto, contra 35% do tucano José Serra. Embora dentro da margem de erro, que é de 2,2 pontos percentuais para cima ou para baixo, esta é a primeira vez em que Dilma aparece à frente de Serra.
Na pesquisa anterior do Vox Populi, divulgada em 3 de abril, o presidenciável do PSDB tinha 34%, contra 31% da pré-candidata do PT. Marina Silva (PV) aparece agora com 8%, contra 5% registrados no levantamento anterior. Votos brancos e nulos ficaram com 8%, enquanto 11% dos entrevistados se disseram indecisos.
Em uma projeção de segundo turno, Dilma tem 40%, contra 38% de Serra. Votos brancos e nulos ficaram com 9% no segundo turno, enquanto 13% dos entrevistados ainda não escolheram candidato. Segundo o Vox Populi, 75% das pessoas disseram conhecer bem o pré-candidato José Serra, enquanto 56% afirmaram o mesmo de Dilma e 33%, de Marina.
Foram entrevistadas 2.000 pessoas entre os dias 8 e 13 de maio. A pesquisa foi registrada no TSE com o número 11.266/2010.
Do UOL Eleições Em São Paulo
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Um homem velho envolto em fumaça
Antigo como o carvalho que verga sob o peso das lembranças
Passarinho, enquanto passarão os outros pelo dia
Pequeno e grande índio de nariz pontudo.
Irmão do tempo, quebra e distorce suas dimensões
Viveu mais que seus dias
Remarcando o tempo pelo relógio do seu pulso
Cadenciando as estrelas pelo compasso do seu mundo
Um grande homem de um metro e meio
Gigantesco, antecipa os caminhos com um olhar arguto
Raposa, índio, passarinho
Reflexo dos olhos por traz do arbusto
Mago, druida, encantado
Lenda amazônica, mito
Verdade profunda do fundo das águas
Barrento, negro, puro
Igarapé nas veias, nuvens no teto
Um pequeno gigante apaga o cigarro
Noite sempre companheira
Ao lado a escultura de baganas
Pigarreia, tosse, geme e sorri
As costas doem, comprimidas para caber no mundo
A fumaça dissipa – ele vê.
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Nosso saudoso Chembra o chamava de "o mago da mauriti"...
Pra mim, ele foi, é e sempre será muito mais que isso, tanto que na dedicatória de meu primeiro livro coloquei: "ao meu irmão querido, por ter-me colocado a pena na mão"
Te ver
Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável é dor incrível
É como mergulhar num rio e não se molhar
É como não morrer de frio no gelo polar
É Ter o estômago vazio e não almoçar
É ver o céu se abrir no estio e não se animar
Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável é dor incrível
É como esperar o prato e não salivar
Sentir apertar o sapato e não descalçar
É ver alguém feliz de fato sem alguém pra amar
É como procurar no mato estrelas do mar
Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável é dor incrível
É como não sentir calor em Cuiabá
Ou como no arpoador não ver o mar
É como não morrer de raiva com a política
Ignorar que a tarde vai vadia e mítica
É como ver televisão e não dormir
Ver um bichano pelo chão e não sorrir
É como não provar o néctar de um lindo amor
Depois que o coração detecta a mais fina flor
Te ver e não te querer
É improvável, é impossível
Te ter e ter que esquecer
É insuportável é dor incrível
(Lelo Zaneti, Samuel Rosa e Chico Amaral)
PLANEJAMENTO
Um dia um garoto de 12 anos entra num bordel arrastando um gato morto por um barbante. Ele coloca uma nota de 50 no balcão e diz:
- Quero uma mulher!
A cafetina, olhando para ele, responde:
- Você não acha que é um pouco jovem para isso?
Ele baixa uma segunda nota de 50 no balcão e repete: - Quero uma mulher!
- Tá certo, - responde ela. Senta aí que vem uma dentro de meia hora.
Ele põe outra nota de 50: - Agora! E ela tem que ter gonorréia!
A cafetina começa a perguntar por que, mas ele deixa mais uma nota de 50 e repete:
- Gonorréia!
Alguns minutos depois chega uma mulher. Eles sobem a escada (ele arrastando o gato morto). No quarto ela faz seu trabalho...
Quando eles estão saindo, a cafetina pergunta:
- Tudo bem, mas por que você queria alguém com gonorréia?
- Quando eu voltar para casa, eu vou transar com a babá, e quando o papai voltar para casa, ele vai levar a babá para casa dela e vai transar com ela. Quando ele voltar para casa, vai transar com a mamãe e amanhã de manhã, depois que o papai sair para o trabalho, a mamãe vai transar com o leiteiro. O leiteiro é o filho da puta que atropelou meu gato!!
ENTENDERAM O QUE É PLANEJAMENTO?
Negros: desprezo na infância, violência na juventude
“Art. 1º É declarada extinta desde a data desta Lei a escravidão no Brasil. Art. 2º Revogam-se as disposições em contrário.” Proclamadas pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1988, estas palavras colocaram fim à escravidão que, durante 350 anos, vitimou aproximadamente 11 milhões de africanos, além de seus descendentes nascidos no Brasil.
Passados 122 anos, todos os indicadores sociais apontam que a Abolição não foi capaz de garantir condições de vida dignas à população negra. Substituídos pela força de trabalho européia, não puderam nem mesmo compor a classe trabalhadora assalariada da época, restando como opção a informalidade.
O Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas (IPEA) calcula que, caso sejam mantidas as políticas de ações afirmativas vigentes, os negros só atingirão a renda média dos brancos no ano de 2040. Hoje, a diferença salarial é de 53%. Na educação, a diferença é maior ainda. Apenas 5% da população negra têm formação superior. Entre os brancos, 18% já passaram pela universidade.
Essas diferenças sociais marcadas pela cor da pele são resultado de uma política que buscava o embranquecimento da população, logo que foi abolida a escravidão. Essa é uma das conclusões da professora Márcia das Neves, cuja dissertação de mestrado investigou a influência dos estudos do médico e antropólogo Raimundo Nina Rodrigues na formação cultural da sociedade brasileira.
“Na questão da eugenia, que busca o melhoramento da raça, o Nina Rodrigues tinha essa preocupação de saber quem seria a população que dominaria o Brasil. Os negros estavam aumentando em quantidade, estavam se misturando sem certo controle, o que fazia aumentar a quantidade de mestiços. Quanto mais misturado, mais problemas ele previa nesse indivíduo final.”
O pensamento eugenista defendia a ideia da existência de raças humanas e pregava a supremacia dos arianos sobre os demais grupos étnicos. A professora revela que essa ideia foi assimilada pela população, que passou a ignorar e até mesmo negar a violência das relações raciais no Brasil.
“É até difícil colocar esse debate, mesmo em sala de aula. Eu sou professora, dou aula na periferia e tenho dificuldades de falar desse tema. Apesar de a maioria dos alunos serem negros ou mestiços, eles não aceitam essa discussão e têm a visão de que quem coloca esse tema em discussão é racista. Acreditam que é melhor fazer de conta que ele não existe, que não tem racismo e todo mundo é igual.”
Márcia das Neves alerta para uma realidade que expõe a sutileza do racismo e se repete cotidianamente, sobretudo na sala de aula, ambiente no qual a maior parte dos professores não escondem a preferência pelas crianças brancas e o desprezo pelas demais.
“Isso está implícito nas pessoas. Quando você vê alguém elogiando um aluninho, dizendo que ele é bom, ele não tem características de negro. Um outro aluno do qual dizem ser um peste, ser terrível que ele não se desenvolve direito e é preguiçoso – mesmo que não seja –, você percebe que é um aluno que tem as características de negro.”
A resistência do quilombo dos Palmares, a intransigência de Canudos e as revoltas dos Malês e da Chibata são celebradas pelo movimento negro como símbolo da luta por liberdade e igualdade. No século 20, diversas organizações surgiram a partir de tensões sociais provocadas pelo racismo e pela repressão dirigida aos negros. É o caso do Movimento Negro Unificado (MNU), criado em 1978 como resposta à discriminação racial sofrida por quatro jovens atletas da equipe de voleibol do Clube de Regatas Tietê. Na época, eles eram proibidos de entrar na piscina do clube.
Milton Barbosa, fundador e integrante da coordenação nacional do MNU, revela que outro acontecimento, muito comum em nossos dias, também foi determinante para a organização da juventude negra.
“Um outro fato foi a prisão,tortura e morte de Robson vieira da Luz, trabalhador e pai de família, acusado de furto na feira. Ele foi preso e torturado no 44º Distrito Policial de Guaianazes. Foram basicamente esses dois motivos imediatos que fizeram com que a juventude negra da época criasse o Movimento Negro Unificado.”
Mais de 30 anos após a morte do feirante, a tragédia continua se repetindo. No mês em que se comemora a dia da Abolição da escravidão no Brasil, o movimento negro cobra das autoridades o fim daquilo que chamam de genocídio negro.
Os meios de comunicação estão mostrando freqüentemente exemplos dessa violência. Eduardo Luís Pinheiro dos Santos foi encontrado morto no último dia 10 de Abril, após ser torturado. Alexandre Santos foi espancado até a morte na porta de casa, diante da mãe. Ambos foram vítimas da Policia Militar do Estado de São Paulo. Ambos eram negros.
O professor de História e integrante da Uneafro Brasil (União de Núcleos de Educação Popular para Negras(os) e Classe Trabalhadora) Douglas Belchior, explica que a repressão policial foi germinada no período da escravidão.
“A primeira Polícia no Brasil eram os capangas que corriam atrás dos escravos fujões. A Polícia tem no seu nascimento uma função objetiva e clara de coagir a população negra. Não tem jeito, isso infelizmente se repete e se ampliou, com fim da escravidão, para todos os pobres.”
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) prevê para um período de sete anos o assassinato de mais de 33 mil adolescentes no Brasil. Em algumas cidades do país, a probabilidade de um jovem negro ser morto é 40 vezes maior que um branco. Diante dos números, Belchior não vê motivos para se festejar o Dia da Abolição.
“Os dados da realidade, já há alguns anos, não permitem que o movimento negro celebre o dia 13 de maio como um dia lembranças festivas. O mais escandaloso motivo para não festejar é justamente a implementação de uma verdadeira política de extermínio da juventude negra, em vigor nas grandes cidades brasileiras.”
De São Paulo,
da Radioagência NP,
Jorge Américo
quinta-feira, 13 de maio de 2010
O mineirinho acompanha a esposa ao médico ginecologista, que faz o diagnóstico:
- Meu senhor, sua esposa está precisando de verdura, ferro e cálcio.
E o mineirinho:
- Uai, dotô... Ver dura, ela tá sempre veno.
- Ferro, leva quastodia.
- Agora, se o sinhô pudé colocá um cárcio, eu agardeço, purque ela tá meiforgada memo...!!!
BEBUM X SARADÃO
Por que será que é mais fácil freqüentar um bar, do que uma academia ?
Para resolver esse grande dilema, foi necessário freqüentar os dois (o bar e a academia) por uma semana.
Vejam o resultado desta importante pesquisa:
Vantagem numérica:
- Existem mais bares do que academias. Logo, é mais fácil encontrar um bar no seu caminho.
- 1x0 pro bar.
Ambiente:
- No bar, todo mundo está alegre. É o lugar onde a dureza do dia-a-dia amolece no primeiro gole de cerveja.
- Na academia, todo mundo fica suando, carregando peso, bufando e fazendo cara feia.
- 2x0.
Amizade simples e sincera:
- No bar, ninguém fica reparando se você está usando o tênis da moda.
- Os companheiros do bar só reparam se o seu copo está cheio ou vazio.
- 3x0.
Compaixão:
- Alguém já te deu um mês de ginástica de graça ?
- No bar, com certeza, você já ganhou uma cerveja 'por conta'.
- 4x0.
Liberdade:
- Você pode falar palavrão na academia ?
- 5x0.
Libertinagem e democracia:
- No bar, você pode dividir um banco com outra pessoa do sexo oposto, ou
do mesmo sexo, problema é seu....
- Na academia, dividir um aparelho dá até briga.
- 6x0.
Saúde:
- Você já viu um 'barista' (freqüentador de bar) reclamando de dores musculares, joelho bichado, tendinite?
- 7x0.
Saudosismo:
- Alguém já tocou a sua música romântica preferida na academia?
- É só 'bate-estaca' , né?
- 8x0.
Emoção:
- Onde você comemora a vitória do seu time?
- No bar ou na academia?
- 9x0.
Memória:
- Você já aprontou algo na academia digno de contar para os seus netos?
- 10x0 pro BAR ! ! !
- Portanto, se você tem amigos na academia, repasse este e-mail para salvá-los do mau caminho!
PS: Você já fez amizade com alguém bebendo Gatorade ? ? ?
ENTÃO ! ! ! ! TODO MUNDO PRO BUTECO ! ! ! ! !
quarta-feira, 12 de maio de 2010
A garota estava de casamento marcado e se via em maus lençóis porque em cinco anos de namoro ela mentiu para o namorado (que nunca tinha dado uns pimba com ela) dizendo que era virgem.
Ela agora não sabia o que iria fazer em sua lua-de-mel. Desesperada, ela procura sua mãe, que diz ter uma solução para o problema:
-Tenho um plano. Na noite de núpcias eu ficarei dentro do quarto de vocês, escondida atras do armário e segurando uma garrafa de champanhe. Quando seu marido passar a vara em você, você da' um grito e eu estouro o champanhe. Você então diz a ele que aquele barulho foi o seu hímen se rompendo.
A garota gostou do plano.
Na noite de núpcias tudo foi preparado conforme o combinado. A mãe ficou atras do armário com o champanhe esperando o grande momento. Quando o marido deu a primeira cravada na garota, ela deu um berro. A mãe ouviu o berro e estourou o champanhe: POU!
O marido levou o maior susto com o barulho: -Nossa! O que foi isso?
-Foi a minha virgindade que foi embora! - responde sorrindo a garota.
- Ih! Então espera aí, que eu acho que ela foi parar no meu cu...
FICHA LIMPA
BRASÍLIA (Reuters) - A Câmara dos Deputados rejeitou nesta terça-feira os sete destaques ao texto-base do projeto de lei chamado de Ficha Limpa, que impede o registro de candidaturas de políticos com condenação por crimes graves. A inelegibilidade será de oito anos após o cumprimento da pena.
No total eram 12 destaques, três foram votadas e descartadas na semana passada e duas foram retiradas.
Com isso, o parecer de autoria do deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), aprovado na semana passada, segue para o Senado, onde o plenário está trancado por medidas provisórias e pelos projetos do pré-sal, o que dificulta sua aplicação nas eleições de outubro deste ano.
"É o início do caminho. O eleitor, quando for votar, vai poder se preocupar mais com o futuro do que com o passado do candidato", disse o deputado Paulo Bornhausen (SC), líder do DEM.
O texto impede que políticos com condenação na Justiça por decisão de um colegiado disputem eleições. Permite, no entanto, que o político condenado possa recorrer para tentar suspender a inelegibilidade e participar da eleição.
Um dos destaques rejeitados, de autoria do PP, tinha o objetivo de excluir, do texto do deputado José Eduardo Cardozo, os crimes contra o meio ambiente e a saúde pública daqueles que poderão tornar a pessoa inelegível.
O projeto, de iniciativa popular, recebeu 1,6 milhão de assinaturas e foi apresentado ao Congresso em setembro do ano passado.
(Reportagem de Carmen Munari)
Ilusões do Amanhã
Por que eu vivo procurando um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver, se não for para mim que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar, sem nem ao menos me olhar,
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um,o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão,
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo,
Que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer,
Eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor.'
PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE)
28 anos,com idade mental de 15
Novo Dicionário da Imprensa Brasileira
Saiu no Blog Ilharga
segunda-feira, 10 de maio de 2010
From me to futrica barbálhica(Diário do Pará), entre outros tantos.
Eis aí o Dicionário de Sandices da mafiosa imprensa brasileira, magistralmente revelada no blog Cinema e Outras Artes:
Novo Dicionário da Imprensa Brasileira
Censura – Refere-se a toda e qualquer regulação que afete o sagrado direito da imprensa de difamar, mentir e agir como máfia.
Checagem de informação – Hábito dispendioso e supérfluo. Pode perfeitamente ser substituído pela publicação da seguinte nota: “Não foi possível confirmar a informação, tampouco desmenti-la”.
Diploma de Jornalista – Papel pintado e sem valor. Deveria ser vendido em papelarias.
Direito à informação - Direito assegurado ao público de receber as versões dos fatos tais como auferidas, editadas e formatadas pela imprensa de modo a moldá-las aos interesses desta.
Direito de Resposta – Extinto pelo venerando Gilmar Mendes após o fim da famigerada “Lei de Imprensa”, foi substituído pelo direito da mídia de continuar reiteradamente produzindo acusações, mesmo sem provas (ver verbete Presunção de Culpa).
Expert – Como a etimologia do termo sugere, jornalista que se destaca por ser especialista em sua área. Ou seja, especialista em justificar ou defender, em linguajar a um tempo acessível e pseudo-técnico (para simular conhecimentos superiores, inacessíveis aos demais mortais) políticas econômicas, administrativas e fiscais que interessem à corporação midiática para a qual trabalha.
Imparcialidade – Diz-se da capacidade de um órgão de imprensa (e, em decorrência, de seus jornalistas) de apoiar determinado candidato ou partido político sem assumir tal apoio.
Jornalista profissional – Serviçal mal remunerado, cuja função é repercutir os interesses da empresa em que trabalha. Servilismo, capacidade de bajulação, pouca bagagem cultural e ausência de espírito crítico são suas principais qualidades, ao lado da falta de caráter.
Liberdade de expressão – Diz-se do direito da imprensa de publicar o que quiser e como quiser, de acordo ou não com parâmetros éticos e deontológicos consagrados. Inclui o direito de omitir, reduzir a trecho(s) ou editar de forma manipulatória - inclusive para produzir sentido contrário ao que foi dito ou constatado - relato de atos, fatos, discursos e falas de terceiros.
Liberdade de imprensa – Segundo tese defendida publicamente pelo ministro do STF Carlos Ayres Britto, sumarizada em artigo de Eugênio Bucci, “A liberdade de imprensa deve ser entendida como um direito não limitado por outros direitos. Ela é um direito absoluto.” Estando acima da lei, a imprensa se considera, portanto, livre para publicar o que lhe der na telha, mesmo se mentiroso, difamante, criminoso ou racista. Não deve satisfações a ninguém.
Pesquisa eleitoral – Se feita por instituto correlato à empresa de comunicação, trata-se de evidência inquestionável do que acontecerá nas eleições. Se efetuado por terceiros, trata-se de uma simulação não confiável e tendenciosa, que deve ser posta sob suspeita e questionada judicialmente.
Presunção de Culpa – Inovação cívica trazida pela mídia ao anacrônico modelo jurídico do país. Ao invés de seguir o artigo 5º., inciso VLII da Constituição (“ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”), a imprensa, como Primeiro Poder que é, se dá ao direito de exigir que o acusado prove que não é culpado. Foi identificada pelo professor da UnB e crítico de mídia Venício A. de Lima.
Tendências – Quesito particularmente importante na área econômica e em pesquisas eleitorais, deve ser auferido através da consulta a fontes, porta-vozes do mercado e eleitores em potencial que tenham em comum o fato de vocalizarem as tendências que o órgão de imprensa quer ver divulgadas em prol de seu próprio interesse.
Postado por Na Ilharga
terça-feira, 11 de maio de 2010
A menina estava em sua casa com o noivo (português) e derepente no auge do clima ela sugere.
- Vamos fazer um 69.
- Que diabos é isso - Perunta o noivo .
A menina percebendo a inexperiencia do noivo disse :
- Eu coloco a minha cabeça no meio de suas pernas e você coloca a sua no meio das minhas.
E ele sem saber do que ela estava falando, e para não arruinar o momento, disse que sim. No meio do precioso momento em que estavam na posição a menina solta um demolidor e respeitoso peido. O noivo tossindo e se arrastando como pode, se retira por algusn instantes da cama.
A menina muito envergonhada pede desculpas e diz que isso não voltaria a acontecer. Retomando a posição de ataque ... outro peido escapa da bundinha da menina...
O noivo se levanta todo tonto e começa a se vestir...
A menina pergunta.
- O que foi - Porque já vai ?
Ele contesta: -
Vá soltar os outros 67 pra puta que pariu
“Cabe ao PT politizar subproletariado”
André Singer, cientista político e ex-porta-voz do governo, analisa o lulismo e a sua base social, o subproletariado
O artigo “Raízes sociais e ideológicas do lulismo”, do professor de ciência política da Universidade de São Paulo (USP), André Singer, é um dos primeiros trabalhos acadêmicos a avaliar a composição sóciopolítica desse fenômeno capitaneado pelo presidente mais popular desde a redemocratização do país.
Ex-porta-voz e secretário de imprensa do Palácio do Planalto (2003-2007), Singer considera que o lulismo é composto por elementos de esquerda e de direita. Sua principal base eleitoral, o subproletariado – trabalhadores de baixíssima renda –, deseja uma melhoria nas condições de vida, mas preza pela manutenção da ordem e delega a tarefa de executor das mudanças a uma autoridade política.
Com a crise política de 2005, Lula ganhou mais força entre esse segmento, fundamentalmente beneficiado por políticas sociais, enquanto perdia o apoio dos setores médios que acompanhavam pela mídia as denúncias de corrupção.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Singer debateu as características do lulismo e aconselhou o PT a estreitar as relações com o subproletariado para incorporá-lo à esquerda.
Brasil de Fato – Para a Ciência Política, essa combinação de elementos de esquerda e de direita que compõem o lulismo é uma novidade?
André Singer – Acredito que seja uma novidade na história brasileira. Tenho a impressão de que é o primeiro momento em que essa fração de classe, que eu tenho denominado “subproletariado”, tem se estruturado como um ator político em torno de um projeto nacional. Nesse sentido, seria uma novidade no Brasil.
Essa combinação de elementos de esquerda e de direita tem a ver com essa diferença ideológica importante entre o proletariado e o subproletariado. Ao olharmos para a trajetória brasileira das últimas décadas, podemos perceber que o proletariado brasileiro deu sustentação ao PT,que foi uma proposta originalmente muito radical. O PT tem uma característica singular na história brasileira: ter se proposto a ser um partido explicitamente radical, numa cultura política marcada pela conciliação.
A proposta [de criação] do PT se estruturou no ambiente de um grande movimento social de trabalhadores – a onda de greves que começa em 1978. Depois, do ponto de vista eleitoral, o PT encontra eco na camada mais organizada do proletariado, mas, ao mesmo tempo, é sistematicamente rejeitado pelo subproletariado. Em pesquisas voltadas para o comportamento político, percebem-se resultados muito semelhantes. Há certa hostilidade às greves e aos sindicatos nesse setor de baixíssima renda, com renda familiar de até dois salários mínimos.
O subproletariado tem uma visão conservadora, mas não no sentido de rejeitar mudanças. Ele deseja mudanças importantes. Mas ele quer que essas sejam feitas sem prejuízo da ordem. Ou seja, essa valorização do conflito político que o PT fez é rejeitada pelo subproletariado, que espera mudanças feitas de cima para baixo, por meio de uma autoridade de Estado reforçada e sem ameaça à ordem. É essa configuração que leva a pensar na mistura de elementos de esquerda e de direita.
Se esse fenômeno é algo novo na política brasileira, então a comparação entre o lulismo e o getulismo (fenômeno ligado ao ex-presidente Getúlio Vargas) é equivocada?
Acredito que essa visão é, pelo menos, precipitada. Hoje em dia, há uma tendência de revisitar o getulismo e reavaliar o que ele significou. A primeira questão com relação a essa comparação é que hoje nós não sabemos muito bem o que foi exatamente o getulismo. Ele precisa ser reavaliado.
Em segundo lugar, não está claro qual é a ordem de mudanças que o lulismo pode vir a trazer. Não sabemos ainda se essa comparação é elucidativa. O Getúlio fez uma política social importante, mas foi voltada, sobretudo, aos trabalhadores urbanos. Uma característica do lulismo é que ele se dirige ao segmento de trabalhadores que ficou fora da perspectiva getulista. O subproletariado é o setor que ficou fora da CLT [Consolidação das Leis do Trabalho]. Assim, pode-se dizer que essa comparação talvez possa trazer mais confusão do que luz. Pois, nessa visão, misturam-se fenômenos com aspectos sociais diferentes.
O senhor partilha da tese apresentada pelo ex-ministro Tarso Genro, que coloca a candidatura de Dilma Rousseff como consequência do vazio partidário que acometeu o PT após a “crise do mensalão”?
Eu tendo a concordar com ele. Evidentemente, ele tem muito mais condições do que eu de fazer uma análise do PT. Estou tentando, agora, escrever uma continuação desse artigo do lulismo, mas voltado para o PT. Ainda não o concluí. Mas tendo a achar que essa análise faz sentido.
Ao mesmo tempo em que o lulismo incorpora elementos de direita, a base tradicionalmente conservadora à qual ele se dirige, o subproletariado, pode incorporar elementos de esquerda?
Creio que pode estar havendo uma lenta convergência entre o lulismo e o petismo. Essa convergência, se estiver ocorrendo, é obrigatoriamente lenta. Uma coisa é você identificar uma determinada liderança política – no caso, o presidente da República, que tem muita visibilidade – com um determinado projeto, que é o que conforma o lulismo. É muito mais difícil transformar isso numa identificação partidária. Uma vez criada essa identificação, ela demora a ser desfeita. É um processo lento de constituição e desconstituição.
Mas tendo a achar que, lentamente, setores do subproletariado podem estar começando a identificar o PT como o partido do presidente. A partir disso, se inclinam a votar nos candidatos petistas. Mas não me refiro a candidato à presidência da República, pois aí há uma relação direta com o presidente. Refiro-me aos candidatos proporcionais do PT.
Se essa lenta aproximação estiver em curso, é possível que, se o PT permanecer como um partido de esquerda, ele leve uma certa politização à esquerda para esses setores. O PT, hoje, tem uma escola nacional de formação política, que foi constituída depois do 3º Congresso [2007]. Essa escola está levando informações políticas a centenas de milhares de novos membros do partido, que podem, em parte, estar vindo desses setores sociais. Se, como eu acredito, essa informação que está sendo levada for fundamentalmente de esquerda, é possível que esteja ocorrendo um lento processo de politização de esquerda desses setores.
Em seu artigo, há uma frase em que Lula lamenta não ter tido o apoio das camadas de baixíssima renda. O fato de o PT ter conquistado a simpatia desse segmento apenas depois de ter acesso aos órgãos do Estado pode representar uma falha de organização do partido e dos movimentos sociais que o construíram?
Acho que não. A posição de classe que o subproletariado ocupa na sociedade torna a organização dele muito difícil. Não diria que é impossível, pois há o fenômeno do MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], um movimento social importantíssimo que busca organizar esse setor. O fato de o MST existir, ter crescido e possuir uma estrutura nacional importante, mostra as possibilidades. Mas mostra também os limites. Porque sabemos que o MST organiza uma fração muito pequena desse setor que, em 2006, poderia ser até metade do eleitorado brasileiro. Esse quadro mudou com as políticas sociais, a formalização do emprego e o aumento do salário mínimo, que produziram uma transformação. Então, é possível que já estejamos diante de um quadro modificado.
Mas, sem dúvida, esse é um setor muito vasto da sociedade brasileira. Essa é uma característica importantíssima do Brasil. Então, não vejo falha nem no PT nem na esquerda por terem tido relativamente poucos avanços, ou avanços limitados. É quase impossível você organizar um desempregado. Toda a formulação de esquerda está sustentada na ideia de que, com o crescimento do proletariado, este seria uma força invencível. O proletariado fabril, por exemplo, teria uma vocação para a organização, pois a própria indústria e a produção o organizam. Agora, um desempregado, como ele pode ser organizado?
O termo clássico “lumpemproletariado” tem sido considerado pejorativo e caiu em desuso. Na sua opinião, o subproletariado seria o equivalente atual do “lumpemproletariado”?
Não. Há uma diferença importante. Esse termo [lumpemproletariado] tem uma carga negativa e está associado a setores marginalizados e que estão na ilegalidade ou transitam muito facilmente por ela. Esse não é o caso do subproletariado. A grande massa desse setor é composta por trabalhadores. Justamente por isso, não considero correto usar o termo “lumpen”, porque ele confunde. Esse termo foi criado por uma visão europeia, para outro tipo de sociedade, e referia- se a um setor que não encontrava espaço no trabalho formalizado. Esse grupo era muito reduzido. Não é o caso do Brasil, onde temos uma massa de trabalhadores que está nessa condição.
Sobre o contexto da esquerda pós-Lula, é possível afirmar que o PT, sendo um partido de esquerda, deve “disputar” o lulismo, para afastar os elementos de direita que o compõem?
Na minha opinião, caberia ao PT aproveitar a oportunidade para organizar e politizar esses setores. Isso passa por um item: continuar sendo um partido de esquerda. De fato, o PT se constituiu em torno da ideia de que a luta de classes deveria ter uma centralidade na luta política. Isso, de certa maneira, orientou o seu radicalismo, que foi uma opção política que ajudou muito o Brasil. O problema hoje do PT é tentar manter-se como partido de esquerda.
Hoje o partido convive com uma aproximação de um vasto setor social, que de modo algum pode ser desconsiderado, cujos interesses o proletariado deve ter a iniciativa de agregar. O interesse do subproletariado não é algo alheio ao projeto do PT. Ele quer mais igualdade, que é o projeto do petismo. O problema é a maneira de chegar lá, mas o objetivo final é comum. Em se mantendo à esquerda, o partido deveria buscar incorporar esse setor.
Em seu artigo, o ano de 2005 é tratado como chave para o realinhamento eleitoral do lulismo. Há a constatação de que, enquanto parte do eleitorado se atinha aos escândalos políticos midiáticos, outra sentia os benefícios das políticas sociais, como o Bolsa Família e os reajustes do salário mínimo. É possível afirmar que há uma cisão na opinião pública causada por diferentes formas de avaliar o governo?
Eu não gosto muito do termo “opinião pública”, pois ele é usado sem levar-se em consideração a sua origem, que vem de uma formação antiga, de um espaço público de debates, que, de certo modo, foi eliminado pelo progresso do capitalismo.
Eu prefiro dizer que a emergência do subproletariado fez com que o debate, que ocorria por meio da imprensa e atingia os setores médios, perdesse a importância relativa. E isso é um dado da nova situação. Há um aspecto interessante nesse fato, pois ele vai forçar todos os atores políticos a incorporarem as necessidades do subproletariado como uma prioridade. A meu ver, isso explica porque o candidato do PSDB, José Serra, já afirmou que não vai abandonar o Bolsa Família e que vai procurar formas de aumentar o programa. Com isso, o Bolsa Família está caminhando para se tornar um direito de todos os brasileiros que comprovarem que têm um rendimento abaixo de um certo mínimo. Isso é um direito importantíssimo, pois cria um piso, abaixo do qual a sociedade não aceita que nenhum brasileiro esteja.
Esse novo fenômeno tem essa potencialidade e me parece que está significando passos importantes na história brasileira. Quando isso for visto daqui a 50 anos, pode ser lembrado como um momento de uma inflexão importante. O Brasil tomou medidas para dar uma condição a milhões de brasileiros que estavam, de alguma forma, no terreno da desesperança.
Já que você citou o ex-governador Serra, gostaria que você comentasse uma declaração recente do ex-deputado Roberto Freire (PPS), que afirmou que a candidatura que representa o conservadorismo é a do PT, não a do PSDB, já que Dilma tem maior apoio nos grotões e no “Brasil mais atrasado”, onde há um conservadorismo histórico.
Não vi essa declaração do deputado Freire. É verdade que existe um aspecto conservador [na base eleitoral da candidatura do PT], pois há um apreço pela ordem e a valorização de uma mudança por cima. Mas, na candidatura do Serra, historicamente, não há nenhuma valorização do conflito político; e não parece que isso vá acontecer agora. Quem tem isso no seu passivo histórico é justamente o PT. Sabemos que o partido está em transformação, mas quem trouxe essa marca foi ele, não as forças que estão hoje alinhadas ao PSDB.
Renato Godoy de Toledo
da Redação
domingo, 9 de maio de 2010
Dentre os infindáveis mistérios do ser a maternidade é, com certeza, o mais instigante...
Nascer e morrer, por sua infalibilidade, além da fé ancorada nas mais diversas matizes religiosas, é até razoavelmente “explicável”. Contudo, essa mágica transmutação que se processa dentro do corpo de uma mulher na construção de um novo ser, simplesmente, não se explica somente com tratados e teses cientificamente bem consolidadas e diferencia, definitivamente, a MÃE por sua especialidade de ser muito mais que só um recipiente de esperma.
Ser mãe é ser a morada, o abrigo, o casulo do ser que chega não se sabe de onde e nem pra que, porque e pra onde afinal vai...
O resto é conseqüência e compõe as humanidades que convivem em cada um de nós
Parabéns as mães, à Didi que em seus 98 se constituiu a matriarca de uma prole de homens e mulheres que viveram essa maravilhosa experiência de serem construídos dentro de um corpo de mulher.
Um casal sai de férias para um hotel-fazenda. O homem gosta de pescar e a mulher gosta de ler. Uma manhã, o marido volta de horas pescando e resolve tirar uma soneca. Apesar de não conhecer bem o lago, a mulher decide pegar o barco do marido e ler no lago.
Ela navega um pouco, ancora, e continua lendo seu livro. Chega um guardião do parque em seu barco, para ao lado da mulher e fala:
- Bom dia, madame. O que está fazendo?
- Lendo um livro - responde, pensando: será que não é óbvio?
- A senhora está em uma área restrita em que a pesca é proibida, informa.
- Sinto muito, tenente, mas não estou pescando, estou lendo.
- Sim, mas com todo o equipamento de pesca. Pelo que sei, a senhora pode começar a qualquer momento. Se não sair daí imediatamente, terei de multá-la e processá-la.
- Se o senhor fizer isso, terei que acusá-lo de assédio sexual.
- Mas eu nem sequer a toquei! - diz o guardião.
- É verdade, mas o senhor tem todo o equipamento. Pelo que sei, pode começar a qualquer momento.
- Tenha um bom dia, madame - diz ele, e vai embora.
Moral da história: 'Nunca discuta com uma mulher que lê. Certamente ela pensa. '
tecnologia "de ponta" (?!)
Não muito tempo atrás, as impressoras eram caras e barulhentas. Com as impressoras a jatos de tinta, as impressoras matriciais domésticas foram descartadas, pois todos foram seduzidos pela qualidade, velocidade e facilidade das novas impressoras.
Aí, veio a "Grande Sacada" dos fabricantes: oferecer impressoras cada vez mais e mais baratas, e cartuchos cada vez mais caros. Nos casos dos modelos mais baratos, o conjunto de cartuchos pode custar mais do que a própria impressora. Olhe só o cúmulo: pode acontecer de compensar mais trocar a impressora do que fazer a reposição de cartuchos.
Veja este exemplo: Uma HP DJ3845 é vendida, nas principais lojas por, aproximadamente, R$170,00. A reposição dos dois cartuchos (10 ml o preto e 8 ml o colorido), fica em torno de R$ 130,00. Daí, você vende a sua impressora semi-nova, sem os cartuchos, por uns R$ 90,00 (para vender rápido). Junta mais R$ 80,00, e compra uma nova impressora, com os cartuchos originais de fábrica.
Os fabricantes fingem que nem é com eles; dizem que é caro por ser "tecnologia de ponta". Para piorar, de uns tempos para cá passaram a DIMINUIR a quantidade de tinta (mantendo o preço). Um cartucho HP, com míseros 10 ml de tinta, custa R$ 55,99. Isso dá R$ 5,59 por mililitro. Só para comparação, a Espumante Veuve Clicquot City Travelle custa, por mililitro, R$ 1,29.
Só acrescentando: as impressoras HP 1410, HP J3680 e HP3920, que usam os cartuchos HP 21 e 22, estão vindo somente com 5 ml de tinta !
A Lexmark vende um cartucho para a linha de impressoras X, o cartucho 26, com 5,5 ml de tinta colorida, por R$ 75,00. Fazendo as contas: R$ 75,00 / 5.5ml = R$ 13,63 o ml. > R$ 13,63 x 1000ml = = R$ 13.636,00 Veja só: R$ 13.636,00 , por um litro de tinta colorida.
Com este valor, podemos comprar, aproximadamente: - 300 gr de OURO; ou- 3 TVs de Plasma de 42'; ou- 1 UNO Mille 2003; ou- 45 impressoras que utilizam este cartucho; ou- 4 notebooks; ou- 8 Micros Intel com 256 MB.
Ou seja, é um assalto !
QUESTÕES PERTINENTES...
Com a recomendação do ministro da Saúde que indica fazer sexo cinco vezes por semana para se manter saudável, fiquei com algumas dúvidas.
Alguém pode me esclarecer?
1 - Os Planos de Saúde irão cobrir esse tipo de tratamento?
2 - Posso abater gastos com motel, bordel e sex shop do meu imposto de renda?
3 - Posso justificar faltas no trabalho com recibo de motel alegando que estavame tratando?
4 - Será preciso receita médica para comprar filme pornô?
5 - Monogamia não coloca a saúde em risco?
6 - Masturbação é automedicação?
7 - Suruba é saúde coletiva?
8 - Swing não é mudança de tratamento?
9 - Voyeurismo não é tratamento assistido?
10 - Travesti é medicamento genérico?
11 - Obsessão sexual não é hipocondria?
12 - Posso considerar poligamia como um tipo de tratamento médico?
13 - Doença venérea é um tipo de efeito colateral?
14 - Fazer uma "DP" ou "ménage à trois" significa aumentara dose da medicação recomendada? 15 - Boneca inflável é placebo?
16 - Vibrador elétrico é um equipamento usado para tratamento de choque?
17 - Posso ser processado por prática ilegal da medicina se eu convidar uma mulher para um programa?
18 - Stripers podem ser consideradas profissionais da saúde?
19 - SUS significa Saúde Urge Sexo?
20 - A expressão "gozar de boa saúde" significa isso que estou pensando?
21 - Os hospitais públicos e postos de saúde serão obrigados a contratar profissionais do séquiço? (A "moça" do vídeo http://www.youtube.com/watch?v=MAsvpMd-rdoterá emprego garantido) 22 - A zona se tornou um complexo hospitalar muito maior do que a Santa Casa?
23 - Bordéis precisam ter um médico de plantão?
24 - O que meu dentista quis dizer quanto recomendou manter em dia minha saúde oral?
25 - Políticos não deveriam ter saúde de ferro por viverem fudendo o povo?
Agradeço desde já pelos esclarecimentos!
Resposta global aos desastres naturais
Nos últimos dez anos, a economia global sofreu prejuízos de quase US$ 1 trilhão por conta de desastres naturais. Diante de fenômenos que afetam áreas cada vez mais povoadas, com impacto global, a Organização das Nações Unidas criou o primeiro plano internacional de redução de riscos de desastres.
O objetivo é que todos os governos signatários adotem até 2015 as diretrizes, uma espécie de guia sobre o que cada cidade, governo estadual e nacional precisa fazer para proteger as populações e alertar países vizinhos dos riscos."Precisamos aprender com o que estamos enfrentando para criar um regime de resposta de emergência às crises", diz Achim Steiner, subsecretário-geral da ONU para o Meio Ambiente.
A consciência de que o mundo precisava de uma estratégia coordenada surgiu quando o tsunami provocado por um terremoto na Ásia em 2004 matou mais de 200 mil pessoas em oito países. E ganhou força com terremotos como os registrados este ano no Chile, Haiti e China. No caso do Haiti, a própria ONU fracassou. A organização tentou montar a partir de 2004 uma política de redução de riscos no país, mas não conseguiu fazer o projeto vingar a tempo de evitar as 230 mil mortes registradas no tremor de janeiro.
O sucesso do plano internacional passa por uma maior eficiência, até mesmo das agências da ONU, criticadas pela burocracia, em criar condições que permitam a países pobres aderir ao programa."Pela primeira vez, temos uma consciência global e isso pode mudar a maneira pela qual podemos nos preparar para enfrentar esse desafio", diz a sueca Margareta Wahlstrom, subsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Catástrofe.
Além disso, nunca houve tanta capacidade de disseminar rapidamente informação sobre desastres, o que permitiria uma redução considerável do número de vítimas. Outro argumento é o de que reduzir riscos é atraente em termos econômicos. Para cada US$ 1 investido em prevenção de desastres e planejamento urbano, pode-se economizar até US$ 7 em resgate e reparo de danos.
A proposta prevê que cada governo nacional e local estabeleça seu plano. O primeiro passo é monitorar áreas de risco e o segundo, montar um sistema de alerta, para permitir a retirada rápida da população. Além disso, padrões de construção mais rigorosos podem garantir que hospitais, escolas, usinas de energia e abastecimento de água continuem funcionando mesmo durante calamidades.
A ONU também vai cobrar dos signatários que façam campanhas de conscientização, ensinando aos moradores como agir em desastres. O processo não se resume aos cidadãos comuns. Membros do governo precisam ser treinados sobre como responder à crise e se comunicar. Esses princípios podem parecer senso comum. Mas muitos governos não contam com nenhum planejamento nem reservas orçamentárias para lidar com desastres.
Experts da ONU admitem que um dos maiores obstáculos para criar a estratégia internacional é convencer políticos de que precisam investir em projetos que não têm visibilidade imediata para os eleitores. Os dados para justificar esses investimentos falam por si só. Segundo a ONU, o número de desastres naturais passou de uma média de 50 por ano, na década de 60, para 165 por ano na década de 80. Entre 2000 e 2010, foram registrados em média mais de 385 desastres naturais por ano. O número de pessoas afetadas subiu para 2,4 bilhões, ante 1,7 bilhão nos anos 90.
Cerca de 85% das 780 mil mortes provocadas por desastres naturais de 2000 a 2009 ocorreram na Ásia. Os eventos mais devastadores foram o tsunami de 2004 (226 mil mortes), o ciclone Nargis, ocorrido em 2008 em Mianmar (138 mil), e o terremoto registrado no mesmo ano em Sichuan, China (87 mil). Segundo o relatório The Right to Survive, publicado pela ONG Oxfam no ano passado, a vulnerabilidade dos países menos desenvolvidos a catástrofes é evidente. Segundo o documento, nos países mais ricos um desastre natural mata, em média, 23 pessoas. Nos países pobres, essa média é de 1.052 pessoas. Para Michael Bailey, líder da equipe de questões de segurança humanitária da Oxfam, o motivo dessa disparidade é uma combinação cruel de fatores. " No Japão, por exemplo, eles estão acostumados a terremotos, então têm um serviço pós-desastre excelente", afirma.
"Nos países pouco desenvolvidos as pessoas morrem muito no pós-desastre. Não têm acesso a comida, a água de qualidade, a um serviço de saúde decente."Pelos dados da Oxfam, quase 250 milhões de pessoas foram afetadas por ano por desastres naturais de 1998 a 2007. A ONG prevê que, no caso de fenômenos climáticos, o número de vítimas crescerá 50% em 2015. "Tentamos mapear uma tendência. Poderá haver mais vulnerabilidade, mas não dá para ser categórico", diz Bailey.
"Por um lado, há mais pessoas morando nas zonas costeiras e favelas; por outro, cerca de 200 milhões de pessoas saíram da zona de pobreza nos últimos anos."BrasilEstudos do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Brasil acompanha essa tendência internacional de aumento da vulnerabilidade a "eventos climáticos extremos".
Enquanto no Sudeste e no Sul isso significa aumento de picos de chuva, no Nordeste e no leste da Amazônia são esperadas secas mais intensas. Na Região Sudeste, por exemplo, o Inpe detectou um aumento do número de dias com precipitações que superam 30 ou 40 milímetros. "A relação não é direta: se houver mais chuva haverá mais mortes", explica o pesquisador José Marengo. "Há um componente não climático que conta: o péssimo planejamento das cidades."
Jamil Chade - Correspondente para O Estado de S. Paulo
(Com a colaboração de Karina Ninni e Fernanda Fava, especial para O Estado, e Adriana Carranca)
um mundo comandado pelas yabás - DEPOIMENTOS
Tsai Ba Mao, de Jiegu, na China
"Reze pelos mortos."
A frase, escrita em chinês e tibetano, está estampada num cartaz na entrada do acampamento organizado por monges budistas em Jiegu, uma das cidades chinesas mais afetadas pelo terremoto que matou mais de 2 mil pessoas este mês. Tsai Ba Mao, de 63 anos, quase não sai da sua tenda. "A dor é grande demais", diz Tsai, que perdeu o filho de 34 anos. A ajuda dos monges – que inclui enterros ou cremações de vítimas – supria o socorro insuficiente dado pelo governo. Mas Pequim vem barrando o trabalho dos budistas, supostamente por razões políticas. "O governo pode, sim, nos ajudar a reconstruir nossas casas", afirma Tsai. "Mas eles não conseguem curar a dor nos nossos corações nem rezar por nossos mortos." (Do The New York Times)
Patrícia Martinez, da Islândia
A arquiteta Patrícia Martinez embarcou para férias na Itália em 12 de abril, com volta prevista para o dia 17. Depois de visitar a edição 2010 da Feira de Milão, que antecipa tendências de design, soube, no dia marcado para a volta, que os voos não estavam saindo por causa das cinzas lançadas nos céus europeus pela erupção do vulcão Eyjafjallajoekull, na Islândia."Minha passagem para São Paulo era via Frankfurt, mas não tinha como chegar na Alemanha. As companhias aéreas estavam mandando a gente ir para o aeroporto e esperar. Não entrei nessa. Decidi ficar no apartamento de uns amigos. Era para passar 4 noites na Itália, acabei ficando 11", diz Patrícia, que só consegui voltar ao Brasil no sábado. (Por Karina Ninni)
Ederval dos Santos, do Rio de Janeiro
Quase um mês depois das chuvas que mataram pelo menos 256 pessoas no Rio, muitas famílias ainda não foram incluídas nos programas de habitação dos governos municipais e estadual. A situação é mais crítica em Niterói, onde 168 corpos já foram resgatados em deslizamentos. Sem ter uma perspectiva de quando passará a receber o chamado aluguel social, o gari Ederval Rodrigo dos Santos, de 41 anos, decidiu voltar para casa, localizada a 300 metros da encosta atingida pelo desabamento do Morro do Bumba, que soterrou pelo menos 60 imóveis. O número de vítimas na favela, construída sobre um lixão, passa de 50. "Sei dos riscos, mas o que posso fazer? Não me deram garantias de que vou receber o aluguel. Não tenho como deixar minha casa. Para onde levo meus móveis?", diz o gari, que fez uma ligação clandestina de eletricidade para reocupar o imóvel. A prefeitura não informou quando começará a pagar o auxílio às vítimas. Segundo a Defensoria Pública do Estado, 7 mil pessoas ficaram desabrigadas na cidade. (Por Gabriela Moreira)
José Olate, de Arauco, no Chile
Dois meses depois do terremoto que devastou o Chile, milhares de desabrigados ainda esperam por uma solução definitiva. Em Arauco, região que teve várias cidades varridas pelo tsunami causado pelos tremores, 85% das casas estão inabitáveis. A solução oferecida pelo governo é pouco melhor que os barracos de favelas brasileiras: casas de madeira, sem janela, forro, piso e banheiro, numa área onde as temperaturas caem a menos 10 graus no inverno. José Fernández Olate, de 9 anos, e a mãe viveram semanas sob lonas plásticas num dos morros que circundam Arauco, com medo de novas ondas gigantes. "Tenho medo de ter de viver num barraco, mas também tenho medo de ficar passando frio na montanha." (Por João Paulo Charleaux)
Andrea Christa, de Porto Príncipe, no Haiti
Pela segunda vez em 4 meses, a manicure Andrea Christa, de 28 anos, tenta reorganizar a vida como pode: sem água, luz ou teto para morar com o filho de 1 ano. Bel Air, o bairro onde vivia, foi dos mais atingidos pelo terremoto que matou 230 mil pessoas, em janeiro. Sua pequena casa, que servia também como salão de beleza, foi reduzida a escombros. Sob tendas plásticas, Andrea improvisou um salão no campo de refugiados em que foi transformado o Estádio Sylvio Cator. Por 25 gourdes (R$ 1,10) fazia pé e mão. Mas os 7.300 haitianos abrigados ali tiveram de sair, no dia 12. O governo tem esvaziado campos com risco de inundação no período de chuvas, a partir de maio. O Haiti tem 1,3 milhão de desabrigados. (Por Adriana Carranca)
Uma loira chegou com seu carro novinho numa loja de acessórios e disse pro vendedor:
Quero instalar um pára-raios no meu carro.
E o vendedor explicou: Olha, eu nunca ouvi falar nesse equipamento pra veículo.
Por que é que você quer instalar um pára-raios no seu carro?
E a loura:
Heloooooooooouuuuuuuu!Nunca ouviu falar de seqüestro relâmpago não, ô desinformado?
O maravilhoso universo de Katia Abreu
Recentemente, o IBGE divulgou os resultados do Censo Agropecuário, que revelaram uma triste realidade no campo brasileiro. A concentração da propriedade da terra continua aumentando.
Os latifundiários estão comprando cada vez mais terra. Apenas 15 mil fazendeiros — um pequeno bairro do Rio — possuem 98 milhões de hectares, o equivalente a quatro vezes o Estado de São Paulo. Muitos nem conhecem as fazendas. São banqueiros e industriais.
Há 16 milhões de trabalhadores na agricultura brasileira. Destes, 15 milhões trabalham na agricultura familiar, em pequenas unidades. E apenas 1,6 milhões conseguem emprego nas fazendas do agronegócio.
Cerca de 56% dos trabalhadores adultos são analfabetos. A renda média é 70% do salário mínimo. Temos quatro milhões de famílias sem terra, que trabalham para os outros. Destes, três milhões recebem bolsa família do governo para não passar fome.
Esses graves problemas sociais se resolveriam se houvesse um programa massivo de reforma agrária, como nos países desenvolvidos. Além da terra, organizando agroindústrias, cooperativas, escola e uso de técnicas agroecológicas.
O MST se dedica, há 25 anos, a organizar o povo para lutar pela reforma agrária. As elites não aceitam. Precisam que os pobres continuem pobres, ignorantes, não reclamem e trabalhem para eles continuarem ricos e mandando no país.
Dizem que o MST é perigoso, pois organiza os pobres. Os ricos nos atacam no Parlamento e na imprensa. Colocaram uma campanha milionária, nos cinemas, paga com dinheiro do povo, para atacar o MST. Felizmente, o povo sabe que temos razão. Seria fácil derrotar o MST. Basta fazer Reforma Agrária.
Por João Pedro Stedile
* Publicado originalmente no jornal O Dia, em 3 de maio de 2010.
“Meu caro amigo, as coisas estão melhorando”
“Se tiver bola, eu dou a entrevista”. Essa foi a única exigência do nosso companheiro de pelada, Chico Buarque, numa caminhada entre o metrô e o campo. Uma bola. E eu acabara de informar que o dono da redonda não viria à pelada de quarta-feira. Éramos dez amantes do futebol, órfãos.
Sem saber se esse era um gol de letra dele para fugir da solicitação de seus parceiros jornalistas, ou uma última esperança, em forma de pressão, de não perder a religiosa partida, eu, que não creio, olhei para o céu e pedi a Deus: uma pelota!
Nada de enigma, oferenda ou golpe de Estado. Ele estava ali, o cálice sagrado da cultura brasileira, que sucumbiu ao ver não uma, mas duas bolas chegarem à quadra pelas mãos de Mauro Cardoso, mais conhecido como Ganso. A partir daí, nada mais alterou o meu ânimo e o da minha dupla de ataque-entrevista, Daniel Cariello. Apesar de termos jogado no time adversário do ilustre entrevistado, tomado duas goleadas consecutivas de 10 x 6 e 10 x 1, tínhamos a certeza de que ele não iria trair dois dos principais craques do Paristheama, e sua palavra seria honrada.
Mas o desafio maior não era convencer o camisa 10 do time bordeaux-mostarda parisiense a ceder duas horas de sua tarde ensolarada de sábado. O que você perguntaria ao artista ícone da resistência à ditadura, parceiro de Tom Jobim, Vinicius de Morais e Caetano Veloso, escritor dos best sellers “Estorvo”, “Benjamin”, “Budapeste” e “Leite Derramado”, autor de “A banda”, “Essa moça tá diferente”, “O que será”, “Construção” e da canção de amor mais triste jamais escrita, “Pedaço de mim”?
Admirado e amado por todas as idades, estudado por universitários, defendido por Chicólatras, oráculo no Facebook, onipresente nas manifestações artísticas brasileiras – sua modéstia diria “isso é um exagero”, mas sabemos que não é –, sua reação imediata ao ser comparado a Deus foi “em primeiro lugar, não acredito em Deus. Em segundo, não acredito em mim. Essa é a única coisa que pode nos ligar. Então, pra começo de conversa, vamos tirar Deus da mesa e seguir em frente”.
Enfim, ainda não creio que entrevistamos Deus, quase sem falar de Deus. Mas foi com ele mesmo que aprendi uma lição, talvez um mandamento: acreditar em coisas inacreditáveis.
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A entrevista foi publicada originalmente na revista Brazuca, uma publicação bilíngue sobre cultura brasileira que circula em Paris e Bruxelas. A partir de 3 de maio, a degravação completa estará disponível no site de Brazuca. Também lá, é possível baixar em pdf, desde já, a edição completa de março-abril (inclusive com as fotos de Chico…)
Daniel Cariello, editor de Brazuca e co-autor da entrevista, é colaborador regular da Biblioteca Diplô /Outras Palavras. Escreve a coluna Chéri à Paris, uma crônica semanal que vê a cidade com olhar brasileiro. Os textos publicados entre março de 2008 e março de 2009 podem ser acessados aqui. A reestreia, em que Daniel fala sobre a entrevista com Chico, aqui.
Thiago Araújo é diretor de Brazuca.
Foto: Jorge Bispo
A fanha foi ao baile e lá conheceu um cara. Conversa vai, conversa vem, foram para um motel..
Lá chegando, iniciaram as preliminares e ela disse, com toda sua dificuldade de articulação:
Vohê habe, eu hosto de apanhar um houco an-hes de huder. Enhão, Bahe um pouhinho na miha bun-ha?
O cara responde:
Claro, eu te dou umas palmadas nessa sua bundinha gostosa..
Foi tapa, dois, três... E a fanha diz:
Bahe mais fohe, Fiha a Huta!
Ele bateu mais forte.
De novo: Bahe mais fohe!! Fiha a Huta!
E o tapa foi maior.
Cahaio, bahe mais fohe !!! Fiha a Huta, Bahe mais fohe!!!
E o cara achou estranho, mas usou toda sua força para um baita tapão no traseiro da fanha e não satisfeito pegou sua sandália Rider, tamanho 44, embaixo da cama e sapecou no traseiro da fanha com toda força que até rasgou a Rider.
Aí, a mulher levanta cambaleando, pega um pedaço de papel e uma caneta de sua bolsa e escreve:
- Seu imbecil... Bate, mas fode !! Filho da puta!!!
A medida que envelhecemos, começamos a duvidar da nossa capacidade de "fazer a diferença". É nesses momentos que as nossas esperanças são impulsionados por realizações notáveis de pessoas mais idosas, que tiveram a coragem de assumir desafios perante os quais muitos de nós recuam. Harold Schlumberg é uma dessas pessoas:
"Muitas pessoas me perguntam: ‘O que os velhos fazem quando se aposentam? ’
Bem, eu tenho a sorte de ter uma formação em engenharia agronômica, e uma das coisas que eu mais gosto é transformar cerveja, vinho e outras bebidas alcoólicas em urina "
domingo, 2 de maio de 2010
É O CARA !
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito pela revista norte-americana Time o líder mais influente do mundo, figurando no topo da lista anual da publicação, divulgada nesta quinta-feira (29 de abril), que traz os nomes das cem pessoas que mais se destacaram globalmente.
No artigo de abertura da lista, o cineasta Michael Moore - convidado para escrever o perfil do presidente -, lembrou a eleição de 2002, na qual Lula foi eleito pela primeira vez, e o “nervosismo” com que o Brasil aguardava a gestão do primeiro operário e sindicalista a assumir o governo.
A revista, que classificou o presidente brasileiro como um "genuíno filho da América Latina", destacou ainda o passado de Lula como sindicalista que, enfatiza a Time, chegou a ser preso por liderar um protesto.
Ao relatar projetos sociais idealizados pela gestão de Lula, como o programa Fome Zero, o cineasta afirma que os americanos têm uma "lição" para aprender com os brasileiros: segundo a publicação, enquanto o Brasil tenta chegar à condição de país de Primeiro Mundo, cada vez mais os Estados Unidos se parecem com um país de Terceiro.
Segundo a Time, Lula busca para o país o que os Estados Unidos chamavam de "O Sonho Americano"- uma das razões pela qual ele é tão popular.
Moore, que não esconde a admiração pelo presidente do Brasil, conclui o artigo destacando outra "lição" que, segundo ele, o resto do mundo deve aprender com Lula: "deixe as pessoas ter bom tratamento de saúde, e eles vão causar muito menos trabalho para vocês".
A publicação, que apresenta personalidades de diversas áreas de atuação, apresenta outros 24 políticos mundiais, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama – em quarto lugar na lista de líderes -; a ex-candidata à vice-Presidência Sarah Palim; entre outros.
http://www.patrialatina.com.br/
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