Aos 29
(Reflexões no dia do meu 29º aniversário)
Construí um edifício de 29 andares.
Tijolo por tijolo,
Virando massa,
Carregando entulho.
A planta inicial se perdeu no caminho:
Não reconheço o resultado...
Não foi o esperado.
Fiz andares com material péssimo.
O subsolo é tão profundo quanto sombrio.
Mas tal qual o “Menino Maluquinho”
Ainda tenho macaquinhos no sótão.
No início
Era uma casa muito engraçada...
Hoje
Transformada com o tempo.
Tenho portas, que permanecem trancadas.
Não tenho teto, eu não perderia a Lua.
É difícil.
Eu, difícil.
Edifício.
Sinto vergonha pelas cisternas rotas.
Tem pedidos de perdão que nunca fiz.
Mágoas que continuam sufocadas.
O choro engolido, desde sempre,
Permanece na garganta.
Mesmo assim, gosto do que fiz de mim.
Talvez pudesse ser melhor.
Ou pior. Quem sabe?
Porém deixei o Sol entrar.
Sem arestas, ou limites.
Iluminando tijolo por tijolo
Secando a massa.
O material é péssimo.
Mas o todo glorifica a Deus
(e continua muito engraçado...).
Alcir (o filho)
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