Um fim diferente dos meus mais diferentes caminhos...
Já fui navegante dos mares bravios da arrogância do poder. Já pude mandar nos homens, satisfazer as putas, me locupletar com os prazeres do mundo. Já fui errante, errado, menino bandido a povoar esquinas...
Naveguei as profundezas de mares revoltos, as labaredas de vulcões de luxuria em erupções e as incertezas dos amores pagos no final do dia. Fui rei menino nas zonas do mundo, senhor de lençóis manchados de sangue, suor e esperma de amores barateados em bolsas de valores clandestinas. Fui cafetão, amante, mal amado menino das febens da vida...
O rei das putas !
Assumi a androgenia da Yansã que também sou, peregrinando entre o certo e o errado e o bem e o mal dos católicos. Mesmo sendo o óbvio fui a dualidade de um ser ainda sem ser perfeitamente definido, vagando sem rumo, sem prumo, sem destino certo. Fui aos topos dos mundos, aos fundos dos poços, voltei e reencontrei você...
Você anjo, mulher, perfeita perfeição da imperfeição de Deus, na forma de Senhora do meu menino. Senhora das coisas não planejadas, das coincidências nunca explicadas, das contradições contraditas em si mesmas...
Senhora de mim !
Senhora do cajado de Omulu a guiar o menino nos fósseis da vida, nos labirintos do ostracismo a que lhe submeteu o mundo, nas profundezas do não ser dos anônimos...
Senhora do menino; Senhora de mim !
Senhora da sabedoria aprendida na vida, nas porradas que a vida lhe deu sem troco, da serenidade do saber ser arrogância. Arauto dos deuses que coabitam meu ôri...
Senhora que sabe ser também menina na alegre alegria dos inocentes, ser santa na determinação dos crentes e fêmea na satisfação dos corpos em busca de prazer. Senhora, menina, mulher e companheira dos caminhos que agora me aparecem nítidos na linha do horizonte.
Senhora de mim !
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