http://twitter.com/alcirfmatos

quinta-feira, 4 de março de 2010

EU NUNCA PODEREI ATIRAR O AMOR PELA JANELA (RIMBAUD) Poema inspirado neste verso.
Ontem, assim como hoje, Vaguei taciturno pensando nos amores que tive e nos que por ventura ainda haveria de ter, Ambos na inércia fluíam toscos; Reticentes por entre abismos Faziam malabarismos brincando com a morte Enquanto em riam copiosamente das trágicas flertadas pra nada, Pois que ausência de amor é sina de morte Estando diante da leveza; sombria ausência, obtusa estranheza Parecendo plumas ao vento, por que atirar o amor pela janela. As paisagens que as criei emoldurei nos espelhos a ausência que fiz de meus amores e rascunhei seus contornos em nanquim Confesso, eu nunca poderia esculpir Amores em pedregulhos e as duras rasgar a alma até furar e incólume sangrar do limbo o nada Eu nunca poderia Ter feito assim... Amor e morte gerando luto por um dia e dor diante do abismo são álibis de morte anunciada sempre Já que a sátira do amor perdido é soberba que desfaz em risos Em nossas crises existenciais. Eu nunca poderia atirar o amor pela janela Se a porta que o abriga Nunca fecha e no aconchego acolhe.
Dário Azevedo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário