EU NUNCA PODEREI ATIRAR O AMOR PELA JANELA (RIMBAUD)
Poema inspirado neste verso.
Ontem, assim como hoje,
Vaguei taciturno pensando nos amores que tive e nos que por ventura ainda haveria de ter,
Ambos na inércia fluíam toscos;
Reticentes por entre abismos
Faziam malabarismos brincando com a morte
Enquanto em riam copiosamente das trágicas flertadas pra nada,
Pois que ausência de amor é sina de morte
Estando diante da leveza; sombria ausência, obtusa estranheza
Parecendo plumas ao vento, por que atirar o amor pela janela.
As paisagens que as criei emoldurei nos espelhos a ausência que fiz de meus amores e rascunhei seus contornos em nanquim
Confesso, eu nunca poderia esculpir
Amores em pedregulhos e as duras rasgar a alma até furar e incólume sangrar do limbo o nada
Eu nunca poderia
Ter feito assim...
Amor e morte gerando luto por um dia e dor diante do abismo são álibis de morte anunciada sempre
Já que a sátira do amor perdido é soberba que desfaz em risos
Em nossas crises existenciais.
Eu nunca poderia atirar o amor pela janela
Se a porta que o abriga
Nunca fecha e no aconchego acolhe.
Dário Azevedo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário