No dia 19 de dezembro passado a turma de oficiais da marinha mercante, formada em 1969 pela antiga EMMPA – Escola de Marinha Mercante do Pará, completou 40 ANOS de formatura.
Éramos só apenas 40 rapazes latino-americanos “sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindos do interior”, que mesmo vivendo um dos piores períodos da ditadura militar conseguiram sobreviver e construir seus sonhos numa escola militar.
Éramos os jovens destemidos de uma geração que mudou o mundo, com a poesia dos Beatles e da bossa nova, das coxas descobertas pela mini saia, do grito libertário de Hendrix, Luther king e Cassius Clay.
Forjados na mais antiga escola marinheira do país, nos sentíamos suficientemente fortes e preparados para “ganhar os mundos”.e percorrer seus mais diversos rumos, que obedecem à mágica conexão das águas dos mares do mundo que são várias, a percorrer variados caminhos , descaminhos e tantos milhares e milhões de acidentes geográficos , mas que em verdade é o mesmo denso, imutável e vital líquido amniótico do grande útero da mãe Terra.
Hoje; alguns de nós já se foram percorrer outros mares, outros são velhos marinheiros a repassar experiências e gotas de maturidade aos que chegam e todos, sem nenhuma sobra de duvida, fizeram sua própria estória a partir do “ser vaporzeiro”, como todos se reconhecem independente de onde estejamos agora, 40 anos depois.
Tanto assim, que reproduzo a mensagem do “feio” Mamoré, que traduz perfeitamente este sentimento que é só nosso
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Meus amigos.
Apesar dos poucos que compareceram na singela homenagem aos 40 anos da turma de 1969 da EMMPA, foi muito gratificante ter ao nosso redor nossos familiares e amigos no evento.
Participação do seguintes "FEIOS":
Robeval Lira da Conceição, José Vivekananda Amorim do Nascimento, Antonio Castro Mamoré, Hamilton Borba Martins, José Sérgio Nunes de Oliveira (faraó), Alci Francisco Negrão Leite, Luiz Percy Silva Teixeira.
O evento foi na residência de Mosqueiro do Robeval (sem o r).
Eu coloquei a palavra GRATIFICANTE ali em cima, mas o mais importante nessa vida toda, foi a nossa doação a valorosa Marinha Mercante, com nossos conhecimentos em 40 anos de vida mercante e as condições de vida e que ela nos deu.
Por isso, eu posso dizer e bater forte no meu peito, que me orgulho de pertencer a esta classe trabalhadora, pois somados a experiência desses 8 exemplos de vida, muito deixamos às várias gerações após a nossa e que valeu a pena.
Robeval, Vivekananda, Borba, Sérgio, Alci, Percy, de coração o meu OBRIGADO fraterno.
FELIZ NATAL E QUE 2010 SEJA COROADO DE ÊXITOS a todos.
Abraços.
Antonio Castro Mamoré
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O Waltinho mandou:
Nos quarentinha da turma de 71, vai haver um baile conjunto com as meninas do IEP (as atuais, naturalmente).
Um abraço na turma de 69!
Walter
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Por fim, a minha homenagem a todos nós, nesse nosso 40º aniversário, se faz em forma de poema:
No azul salgado venta brandamente
E o azul de veja, o seu olhar.
Lá vem a quilha vencendo o mar
O azul marinho riscando vem.
Homens de ferro trazem sorrisos frágeis
As tatuagens, coragem e as lembranças:
Marias, Claras, Clarices, Creuzas e Dolores.
Amores e delícias e gêmeas dores.
Rangem os motores, esfumaça preto
Óleo queimando em dor.
As negras unhas, corpos suados, trabalho e calor.
Chora escondido a lágrima não chorada,
Soma o sal da alma a água salgada .
Bate ferrugem, mata a praga que brota no convés.
Traça teu rumo, marca os faróis, foge do furacão.
Depois de tantas aventuras cansaço, velhice e amargura,
A solidão de uma praça e nada mais.
O mar por muito que feroz sempre será melhor que nós,
Pois construiu o homem que tu destróis .
Tenório VIVE !
Amor Divino VIVE !
Maxwell VIVE !
Macário VIVE !
Homenageio, esses bravos, que engrandecem a Marinha Mercante do BRASIL, dentre eles meu Irmão Antonio de Castro Mamoré.
ResponderExcluirTranscrevo o hino: QUAL CISNE BRANCO
Qual cisne branco que em noite de lua
Vai deslizando no lago azul
O meu navio também flutua
Nos verdes mares de norte a sul
Linda galera que em noite apagada
Vai navegando no mar imenso
Nos traz saudades da terra amada
Da Pátria minha em que tanto penso (…)
O hino da Marinha resulta de duas homenagens: o compositor de dobrados Antônio Manuel do Espírito Santo dedica a melodia ao amigo Sargento Calhau; e o autor da letra, Benedito Xavier de Macedo, saúda, na poesia Cisne Branco, o navio-escola Benjamim Constant. Eis a origem da marcha Sargento Calhau - Cisne Branco. A partir da década de 1950, com o título de Cisne Branco - Canção do Marinheiro, a música é adotada pela corporação de marinheiros e se torna o mais conhecido cântico militar. Dentre as gravações existentes, a mais célebre está na voz de Emilinha Borba, a eterna “favorita da Marinha”.
Fraterno abraços a todos:
José Ribamar de Castro Mamoré