http://twitter.com/alcirfmatos

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

40 ANOS DE VIDA MARINHEIRA

No dia 19 de dezembro passado a turma de oficiais da marinha mercante, formada em 1969 pela antiga EMMPA – Escola de Marinha Mercante do Pará, completou 40 ANOS de formatura.
Éramos só apenas 40 rapazes latino-americanos “sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindos do interior”, que mesmo vivendo um dos piores períodos da ditadura militar conseguiram sobreviver e construir seus sonhos numa escola militar.
Éramos os jovens destemidos de uma geração que mudou o mundo, com a poesia dos Beatles e da bossa nova, das coxas descobertas pela mini saia, do grito libertário de Hendrix, Luther king e Cassius Clay.
Forjados na mais antiga escola marinheira do país, nos sentíamos suficientemente fortes e preparados para “ganhar os mundos”.e percorrer seus mais diversos rumos, que obedecem à mágica conexão das águas dos mares do mundo que são várias, a percorrer variados caminhos , descaminhos e tantos milhares e milhões de acidentes geográficos , mas que em verdade é o mesmo denso, imutável e vital líquido amniótico do grande útero da mãe Terra.
Hoje; alguns de nós já se foram percorrer outros mares, outros são velhos marinheiros a repassar experiências e gotas de maturidade aos que chegam e todos, sem nenhuma sobra de duvida, fizeram sua própria estória a partir do “ser vaporzeiro”, como todos se reconhecem independente de onde estejamos agora, 40 anos depois.
Tanto assim, que reproduzo a mensagem do “feio” Mamoré, que traduz perfeitamente este sentimento que é só nosso ===================================================
Meus amigos. Apesar dos poucos que compareceram na singela homenagem aos 40 anos da turma de 1969 da EMMPA, foi muito gratificante ter ao nosso redor nossos familiares e amigos no evento. Participação do seguintes "FEIOS": Robeval Lira da Conceição, José Vivekananda Amorim do Nascimento, Antonio Castro Mamoré, Hamilton Borba Martins, José Sérgio Nunes de Oliveira (faraó), Alci Francisco Negrão Leite, Luiz Percy Silva Teixeira. O evento foi na residência de Mosqueiro do Robeval (sem o r). Eu coloquei a palavra GRATIFICANTE ali em cima, mas o mais importante nessa vida toda, foi a nossa doação a valorosa Marinha Mercante, com nossos conhecimentos em 40 anos de vida mercante e as condições de vida e que ela nos deu. Por isso, eu posso dizer e bater forte no meu peito, que me orgulho de pertencer a esta classe trabalhadora, pois somados a experiência desses 8 exemplos de vida, muito deixamos às várias gerações após a nossa e que valeu a pena. Robeval, Vivekananda, Borba, Sérgio, Alci, Percy, de coração o meu OBRIGADO fraterno. FELIZ NATAL E QUE 2010 SEJA COROADO DE ÊXITOS a todos. Abraços. Antonio Castro Mamoré ================================================== O Waltinho mandou: Nos quarentinha da turma de 71, vai haver um baile conjunto com as meninas do IEP (as atuais, naturalmente). Um abraço na turma de 69! Walter ========================================================== Por fim, a minha homenagem a todos nós, nesse nosso 40º aniversário, se faz em forma de poema:
No azul salgado venta brandamente E o azul de veja, o seu olhar. Lá vem a quilha vencendo o mar O azul marinho riscando vem. Homens de ferro trazem sorrisos frágeis As tatuagens, coragem e as lembranças: Marias, Claras, Clarices, Creuzas e Dolores. Amores e delícias e gêmeas dores. Rangem os motores, esfumaça preto Óleo queimando em dor. As negras unhas, corpos suados, trabalho e calor. Chora escondido a lágrima não chorada, Soma o sal da alma a água salgada . Bate ferrugem, mata a praga que brota no convés. Traça teu rumo, marca os faróis, foge do furacão. Depois de tantas aventuras cansaço, velhice e amargura, A solidão de uma praça e nada mais. O mar por muito que feroz sempre será melhor que nós, Pois construiu o homem que tu destróis .
Tenório VIVE ! Amor Divino VIVE ! Maxwell VIVE ! Macário VIVE !

Um comentário:

  1. Homenageio, esses bravos, que engrandecem a Marinha Mercante do BRASIL, dentre eles meu Irmão Antonio de Castro Mamoré.

    Transcrevo o hino: QUAL CISNE BRANCO

    Qual cisne branco que em noite de lua
    Vai deslizando no lago azul
    O meu navio também flutua
    Nos verdes mares de norte a sul
    Linda galera que em noite apa­ga­da
    Vai navegando no mar imenso
    Nos traz saudades da terra amada
    Da Pátria minha em que tanto pen­so (…)

    O hino da Marinha resulta de duas ho­me­na­gens: o com­po­si­tor de dobrados An­tô­nio Ma­nu­el do Es­pí­ri­to Santo dedica a melodia ao amigo Sar­gen­to Calhau; e o autor da le­tra, Be­ne­di­to Xavier de Macedo, saú­da, na poesia Cisne Bran­co, o navio-escola Benjamim Constant. Eis a ori­gem da mar­cha Sargento Calhau - Cisne Bran­co. A partir da década de 1950, com o tí­tu­lo de Cisne Bran­co - Canção do Ma­ri­nhei­ro, a música é ado­ta­da pela corporação de marinheiros e se torna o mais co­nhe­ci­do cântico militar. Den­tre as gra­va­ções exis­ten­tes, a mais célebre está na voz de Emilinha Borba, a eterna “fa­vo­ri­ta da Marinha”.

    Fraterno abraços a todos:
    José Ribamar de Castro Mamoré

    ResponderExcluir